A
formatação de um povo
Quando
se refere a população em geral com o cognome de “povo”, já se
sabe que aqueles que se consideram letrados q.b., quando lêem que este termo entendem que não se lhes aplica. Em consequência o termo “povo” ficou
restrito à plebe mais abjecta, os desprezíveis, aqueles que estão
ao nível da ralé. Todavia aqueles que “orientam” -ou pretendem
orientar-, o pensamento da população em geral não se descaem a usar
os termos desrespeitadores que eu coloquei propositadamente.
A
experiência vivida obriga-me a não aceitar separações com base em
preconceitos, capacidades económicas e menos o considerar que se
nasce com um estigma, que se pode carregar até o fim dos dias, e até
dar de herança aos descendentes. Felizmente a evolução rápida da
sociedade nestas derradeiras décadas mostrou que é factível subir
ou descer na escala social. Mesmo assim, o facto de que a educação
se tenha distribuído quase que equitativamente, e surgissem novas
oportunidades para singrar na vida sem cair no trabalho braçal e
desgastante, é pertinente reconhecer que estamos bastante longe da
igualdade.
Os
acontecimentos da política no Reino Unido, que ainda não estão
definitivamente concretizados, podem ser um caso de estudo para
aqueles que pertencem, por nascimento e modelação, a países que
tiveram uma fase de expansão e poder que, vistas de longe, se
imagina ter sido melhor e mais proveitosa para a população do que
foi de facto.
Muitos
dos que se dedicaram a relatar o passado, glorioso, caem na tentação
de esconder, ou não referir, as páginas negras, sumamente
desagradáveis e desprestigiantes que, SEMPRE existiram ao longo de
todas as colonizações. Sendo esta técnica quase que geral cabe ao
cidadão que deseja ser devidamente sabedor, do bom e do mau, tentar
e conseguir fugir da catequização que, desde os patamares mais
conservadores (infelizmente
os que assim se comportam, arrastados pela publicidade oficial e
oficiosa, nem seque são conscientes de que colaboram na grande
fraude)
Atrevo-me
a supor que aquilo que se valoriza como ser o Amor à Pátria,
corresponde a esconder para debaixo do tapete, e de um modo tácito, tudo aquilo que contrarie a beleza apregoada. Admito que aqueles que constituem a reduzida
minoria de seguidores, sabem das tácticas usadas -até uma centena
de anos atrás- pelas pessoas com posses económicas que lhes
permitissem emular a realeza, para procurar esconder o mau cheiro
corporal, fruto de uma quase geral falta de higiene, por meio de
perfumes intensos.
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