terça-feira, 1 de janeiro de 2019

FALTAVA A CEREJA


Para completar o meu abjecto retrato ficou por referir um pormenor, importante, de que tem conhecimento aqueles que me seguem desde tempo atrás.

Sou consciente e aceito sem reservas que, desde os tempos mais remotos, a humanidade, quando se enfrentava ao inexplicável, sempre decidiu inventar um apoio invisível, mas com muita influência, ao qual pedir ajuda ou atribuir responsabilidades. Uma entidade que tanto poderia ser protectora como punitiva. E o invento sempre foi sendo paulatinamente elaborado, com contradições às quais não se lhes dava importância.

Com percursos semelhantes ou até divergentes assim se foram gerando crenças que, quando organizadas, se converteram em religiões.

Sendo eu céptico por natureza e convicção, é coerente a atitude de ser ateu total. Não ter preferências por nenhum tipo de credo, e por acréscimo também ser avesso a entrar em qualquer cacifo político, pois sinto que os bem intencionados, que os há, felizmente, não se encaixam nas tricas político-partidárias assim como fogem das velhacarias que lhe estão associadas.

Posso dizer que, mentalmente e ao estilo metafórico, o meu estar na sociedade é a de um eremita sem credo.

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