quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

DESÇAMOS ATÉ OS PÉS




Já nos dedicamos a pensar nos braços e acercadas suas importantes funções, que não tratamos exaustivamente porque levaria bastante espaço e o pessoal gosta pouco de ler. Mas chegou o momento de descer até o chão e ali meditar sobre os pés.

Os estudos da evolução dos humanos mostraram mais dedicação e interesse ao crânio e aos membros superiores do que aos pés. O facto de que existam fetichistas que consideram ser os pés considerados como belos, adoráveis não obsta a que a sua real importância reside na possibilidade de nos permitir manter uma posição erecta, andar, correr, saltar. Podemos considerar que está certa a ideia de que a função orienta a evolução. Vejamos se esta proposta está correcta.

Os estudos que se tem feito nos últimos 150 anos indicam que foram diversas as tentativas de criar um hominídeo evoluído, já muito semelhante ao que somos na actualidade. Por condicionalismos que desconhecemos, foi na zona sul-este do Continente Africano onde se encontraram mais fósseis humanos deste período inicial da humanidade. Seja devido à sua capacidade de reprodução, de adaptação ao meio ambiente e até de o rejeitar quando chegou o momento, um factor se tornou importante: o gregarismo. Agir em grupo, tal como já faziam os herbívoros e as aves migratórias, e ainda hoje é sintomático entre os os grandes antropóides.

O que se descobriu é que a espécie humana decidiu deixar o seu local de origem e estender a sua presença por todas as terras que foram encontrando. e necessitaram de muitos anos, milénios, e foram longas as caminhadas. Só os que tinham melhores capacidades das pernas é que prosseguiam. Deve ter sido nesta fase evolutiva que o pé atingiu e fixou na estrutura actual.

Mas os pés ficarão tal como estão por “todo o sempre?”

Há teorias futurologistas para todos os gostos. Uma delas nos avisa de que é possível que surjam membranas interdigitais, como nas aves palmípedes, e em mamíferos aquáticos. Não só nos pés, como os pinípedes, mas também nas mãos. E esta premonição baseia-se no facto de que, esporadicamente, nascem pessoas com estas características. Por enquanto tal anomalia se atribui a genes recessivos, não dominantes.

Mas nada impede que se tornem dominantes. Basta que aceitemos que muitas alterações na biologia foram consequência de mudanças drásticas no meio ambiente. Se o aquecimento global se efectivar e todas as geleiras, incluindo as calotes polares, se derreterem, o nível das águas do mar subiria imenso; muitas terras hoje habitáveis ficariam inundadas e inclusive é possível que as mudanças viessem a ser mais catastróficas, de índole geológica. Que muitas espécies de seres terrestres, entre eles o homem, fossem empurrados a se adaptar a um meio acusmático. Há bastante tempo que os futurólogos de ciência ficção, incluídos os de banda desenhada, exploram esta possibilidade.

E assim nos encontramos, por tabela, com uma nova versão do dilúvio universal e de tudo estar submerso. São metáforas pouco realistas, mas as podemos conectar com as propostas de enviar colonos para habitar noutros planetas. Cada época tem os seus mitos e adapta os antigos para a situação da altura.

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