sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

STARTUPS


UM FUTURO PROVIDENCIAL OU UMA CATÁSTROFE A PREVER ?

As aplicações da informática, que apesar de estarem em progressão geométrica se nos apresentam como imparáveis e ser a salvação do mundo, para os pessimistas mais se assemelham a uma maldição bíblica.

E porque razões se pode entrar em pessimismo quanto ao futuro? Simplesmente porque a mente humana e as suas capacidades físicas não estão em sintonia com as velocidades que a gestão informática pode tornar inevitáveis. O nosso pensamento, para funcionar devidamente, carece de tempo para meditar e ponderar, nunca foi bom agir de imediato a impulsos que alterem o equilíbrio. O nosso esquema de vida tem, sempre, que romper por algum lado.

Obviamente a ruptura da-se pelo ponto mais fraco, seja num circuito electrónico, numa máquina ou num grupo de humanos. O cerne do problema, já hoje, encontra-se na impossibilidade de ocupar devidamente (entenda-se com remuneração e garantias) uma grande parte da população considerada como em idade activa. Devemos considerar que o futuro de ocupação para as pessoas nesta evolução acelerada do automatismo é que poucos serão os eleitos e inclusive estes escolhidos inicialmente podem ser substituídos pela nova leva de mentes.

Como vimos, repetidamente já hoje, muitas das tarefas, de segunda e terceira linha, que eram reservadas para as nossas abelhas operárias podem ser realizadas por automatismos expressamente concebidos e programados. E com vantagens notáveis ! Os automatismos não carecem de tempos de descanso, nem de alimentação pois basta estarem servidos de uma fonte energética. Não há despesas de segurança social, férias ou reformas. Nem de qualquer outro tipo que possa conduzir a reclamações conflituosas. Quando a máquina se torna obsoleta, recicla-se ou substitui-se com custos inferiores aos de utilizar humanos.

O fiel de armazém deixa de ser necessário. O inventário de existências e a necessidade de reposição é dado instantaneamente. Cargas e descargas, mesmo as que implicam movimentos intrincados, já se programam sem dificuldade. Só ficam para os humanos, por enquanto, as tarefas mais inesperadas e violentas. E mesmo neste campo de acção a robótica já está preparando a sua incorporação..

Que fazer com a maioria dos humanos “desnecessários”? Imaginar que os podemos entreter, tal como os romanos faziam com os seus cidadãos da urbe, com “pão e circo” parece difícil, pelo menos se o quantitativo de pessoas sem utilização for cada vez mais elevado, em paralelo com a automatização das tarefas.

A vontade de automatizar tudo e de aumentar o rendimento já chegou à agricultura, que só necessidade dois tipos de colaboradores. Por um lado daqueles que sejam capazes de conceber e manipular os sistemas automatizados, e depois um mínimo de trabalhadores braçais que terão um estatuto equivalente ao dos escravos de antigamente. E este recuo histórico está muito mais próximo de nós do que gostamos de recordar.

Quando os escribas bíblicos foram descrevendo as sete pragas do Egipto, como é óbvio, só podiam basear-se nos factos que conheciam, embora os magnificassem e lhes dessem o pendor de malefícios divinos. Hoje em dia os futurólogos podem discorrer sobre os perigos que o progresso da informática podem implicar à humanidade. Já os herdeiros fidegais de Júlio Verne, tanto na literatura em papel, incluindo a banda-desenhada, como em filmes, se tem dedicado a imaginar um futuro bem sombrio.

A outra possibilidade de mudança, que implicaria um recuo histórico, seria a invasão em massa das pessoas do terceiro mundo, fartas de passar fome, de trabalho escravo, de serem massacradas em guerras preparadas e fornecidas de material bélico pelos ocidentais, que, como é de prever, se encarregarão de armar os seus carrascos. Esta prevista invasão seria a versão actualizada dos CAVALEIROS DA APOCALIPSE.

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