UM FUTURO PROVIDENCIAL OU UMA CATÁSTROFE A PREVER ?
As
aplicações da informática, que apesar de estarem em progressão
geométrica se nos apresentam como imparáveis e ser a salvação do
mundo, para os pessimistas mais se assemelham a uma maldição
bíblica.
E
porque razões se pode entrar em pessimismo quanto ao futuro?
Simplesmente porque a mente humana e as suas capacidades físicas não
estão em sintonia com as velocidades que a gestão informática pode
tornar inevitáveis. O nosso pensamento, para funcionar devidamente,
carece de tempo para meditar e ponderar, nunca foi bom agir de
imediato a impulsos que alterem o equilíbrio. O nosso esquema de
vida tem, sempre, que romper por algum lado.
Obviamente
a ruptura da-se pelo ponto mais fraco, seja num circuito electrónico,
numa máquina ou num grupo de humanos. O cerne do problema, já hoje,
encontra-se na impossibilidade de ocupar devidamente (entenda-se com remuneração e garantias) uma grande parte da população considerada
como em idade activa. Devemos considerar que o futuro de ocupação
para as pessoas nesta evolução acelerada do automatismo é que
poucos serão os eleitos e inclusive estes escolhidos inicialmente
podem ser substituídos pela nova leva de mentes.
Como
vimos, repetidamente já hoje, muitas das tarefas, de segunda e
terceira linha, que eram reservadas para as nossas abelhas
operárias podem ser realizadas
por automatismos expressamente concebidos e programados.
E com vantagens notáveis !
Os automatismos não carecem de tempos de descanso, nem de
alimentação pois basta estarem servidos de uma fonte energética.
Não há despesas de segurança social, férias ou reformas. Nem de
qualquer outro tipo que possa conduzir a reclamações conflituosas.
Quando a máquina se torna obsoleta, recicla-se ou substitui-se com
custos inferiores aos de utilizar humanos.
O
fiel de armazém deixa de ser necessário. O inventário de
existências e a necessidade de reposição é dado instantaneamente.
Cargas e descargas, mesmo as que implicam movimentos intrincados, já
se programam sem dificuldade. Só ficam para os humanos, por
enquanto, as tarefas mais inesperadas e violentas. E mesmo neste
campo de acção a robótica já está preparando a sua
incorporação..
Que
fazer com a maioria dos humanos “desnecessários”? Imaginar que
os podemos entreter, tal como os romanos faziam com os seus cidadãos
da urbe, com “pão e circo” parece difícil, pelo menos se o
quantitativo de pessoas sem utilização for cada vez mais elevado, em
paralelo com a automatização das tarefas.
A
vontade de automatizar tudo e de aumentar o rendimento já chegou à
agricultura, que só necessidade dois tipos de colaboradores. Por um
lado daqueles que sejam capazes de conceber e manipular os sistemas
automatizados, e depois um mínimo de trabalhadores braçais que
terão um estatuto equivalente ao dos escravos de antigamente. E este
recuo histórico está muito mais próximo de nós do que gostamos de
recordar.
Quando
os escribas bíblicos foram descrevendo as sete
pragas do Egipto,
como é óbvio, só podiam basear-se nos factos que conheciam, embora
os magnificassem e lhes dessem o pendor de malefícios
divinos.
Hoje em dia os futurólogos podem discorrer sobre os perigos que o
progresso da informática podem implicar à humanidade. Já os
herdeiros fidegais de Júlio Verne, tanto na literatura em papel, incluindo a banda-desenhada, como em filmes, se tem dedicado a
imaginar um futuro bem sombrio.
A
outra possibilidade de mudança, que implicaria um recuo
histórico,
seria a invasão em massa das pessoas do terceiro mundo, fartas de
passar fome, de trabalho escravo, de serem massacradas em guerras
preparadas e fornecidas de material bélico pelos ocidentais, que,
como é de prever, se encarregarão de armar os seus carrascos. Esta
prevista invasão seria a versão actualizada dos CAVALEIROS
DA APOCALIPSE.
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