terça-feira, 15 de janeiro de 2019

AS ESCOLHAS DA NATUREZA

Ainda nos braços

Num escrito anterior, onde referi factos que devem ser bem conhecidos dos meus fantasmagóricos leitores, fiquei parado nos membros anteriores, braços e mãos, e deixei para outra entrega referir as modificações evolutivas que sofreram em espécies diferenciadas.

Interessam-me nesta altura, por egocentrismo, o que de perto ou de longe pode estar relacionado com o homem/mulher. Mantendo o foco nos membros anteriores, aqueles que chamamos de braços, permito-me recuar uns milhões de anos, até a época em que o homem “nem sonhava” em fazer parte do elenco dos seres vivos terrestres. Na fase em que dominavam o terreiro os répteis, com diferentes espécies na sua evolução, senti que uns estavam prematuramente situados num patamar que, sob certos aspectos, nos aparentava. Concretamente com aqueles em que os membros posteriores desenvolveram-se desmesuradamente em relação aos anteriores, reservando os braços para tarefas mais acuradas.


Nesta reconstituição, elaborada a partir dos achados arqueológicos, podemos observar a desproporção entre os membros. Mas também nos mostra algo muito importante na evolução corpórea, que permaneceu em quase todas as espécies terrestres actuais e que me cativou, pessoalmente, durante muitos anos.

Não sei se as pessoas, em geral, alguma vez se centraram nas articulações dos membros. A seguir da ligação entre o tórso e os membros, a primeira articulação funciona em sentido oposto. Ou seja, o cotovelo está orientado para trás e o joelho para a frente. Pode parecer um pormenor sem importância, mas ele repete-se em muitos seres vivos além dos mamíferos, como podemos observar com os crustáceos, répteis e aves (todos eles, e nós, derivados de um tronco comum).

Existem variadas especializações dos membros. Após observar a gravura junta é quase imediato encontrar um mamífero actual que também tem os membros anteriores e posteriores em estados de desenvolvimento muito diferentes. O canguru, além de ser marsupial, tem os braços e as pernas mais diferentes, em tamanho e poder, do que acontece com a imensa maioria dos mamíferos actuais, mas a estrutura “mecânica” dos seus membros é igual à do homem.


Se continuássemos observando as especializações dos membros dos animais existentes na actualidade, recordaremos como entre os pinípedes ou seja, focas e seus semelhantes, os braços adaptaram-se a serem propulsores aquáticos, e tem um papel quase que rudimentar nas suas deslocações em terra firme. MAS conservaram as unhas nos seus dedos!, quase invisíveis mas estruturalmente presentes. E utilizam muito as suas unhas para se livrarem de parasitas e limpeza da pele.

Não me alongarei mais nesta divagação, e deixarei a avaliação dos membros dos cetáceos para vosso t.p.c. Só entendo que devemos respeitar, e muito, a sabedoria da natureza evolutiva e de como procurou novas soluções para diferentes problemas, além de adoptar soluções comuns em espécies muito diferentes.

RESUMINDO . A Natureza só rejeita aquilo que não pode utilizar e insiste nas boas soluções.

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