Deveriam respeitar mais o Norte.
E
também noutros desportos em que se joga a duas mãos, o que mais
força anímica dá é poder “jogar em casa”. É o que Rui Rio,
com sagacidade, fez quando convocou o plenário para a Invicta. Mesmo
que os contestatários tivessem a maçada de se deslocar “em peso”
para o Porto, bastava este incómodo para os abater, pelo menos
moralmente. Caso a sua moral estivesse em máximos, o que é pouco
provável
Em
complemento podemos afirmar que a teimosia existente de que tudo
aquilo que se considera importante tem que se realizar na Capital, é
um abuso por excesso de vaidade, e mostra um desprezo notório perante o desgaste de deslocações que implica, aos que ainda teimam
em fazer vida longe de Lisboa. Ou será que esqueceram que ninguém gosta de ter que se prostrar de joelhos perante aquele que, a bem ser,
deveria acolher os de fora com mais atenção do que a que prestam
aos moscões que constantemente giram à sua volta. Bem hajam estes "provincianos" teimosos, pois é entre eles que sempre surgiram as boas e valentes
decisões.
Não
é do meu hábito dissertar sobre as doutrinas e comportamentos reais
dos diferentes grupos políticos. Estou feliz vendo como decorre o
torneio desde o segundo balcão. Foi nestes galinheiros que eu fui
criando o hábito e paixão pelo cinema. De facto o poder manter uma
prudente distância nos proporciona a possibilidade de ter uma visão
menos apaixonada, menos clubista, e menos comprometida, e nos vacina
do ter que defender acções que repudiamos.
Imagino,
sem ter dados que confirmem esta ideia, que os expedicionários da
capital, quando regressaram aos seus ninhos iam com o rabo entre as
pernas e com muita acidez estomacal. Se tivessem feito, e bem feito,
o trabalho de casa na devida altura não teriam colocado a bola na
posição de grande penalidade a favor de Rui Rio.
Este
encumbramento dos que se sentam na Assembleia da República os deixa
encandeados, estáticos, desnorteados, como um animal selvagem que,
ao meio da escuridão da noite sem lua, se defronta com os faróis de
um automóvel. Não foi a primeira vez que esta orfandade mental cai
sobre os vaidosos que residem na capital. E não será a última,
pois o que Lisboa faz com os seus residentes, nomeadamente com os recém chegados, é que os converte em desenraizados, eticamente anódinos, sem valores afectivos familiares e de grupo. Por isso se
acolhem a clubes “desportivos” que ainda os alienam mais, se
possível.
Resumindo
e concluindo: A força de Portugal ainda está fora da capital. Por
enquanto.
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