sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

COMO NO FUTEBOL



Deveriam respeitar mais o Norte.

E também noutros desportos em que se joga a duas mãos, o que mais força anímica dá é poder “jogar em casa”. É o que Rui Rio, com sagacidade, fez quando convocou o plenário para a Invicta. Mesmo que os contestatários tivessem a maçada de se deslocar “em peso” para o Porto, bastava este incómodo para os abater, pelo menos moralmente. Caso a sua moral estivesse em máximos, o que é pouco provável

Em complemento podemos afirmar que a teimosia existente de que tudo aquilo que se considera importante tem que se realizar na Capital, é um abuso por excesso de vaidade, e mostra um desprezo notório perante o desgaste de deslocações que implica, aos que ainda teimam em fazer vida longe de Lisboa. Ou será que esqueceram que ninguém gosta de ter que se prostrar de joelhos perante aquele que, a bem ser, deveria acolher os de fora com mais atenção do que a que prestam aos moscões que constantemente giram à sua volta. Bem hajam estes "provincianos" teimosos, pois é entre eles que sempre surgiram as boas e valentes decisões.

Não é do meu hábito dissertar sobre as doutrinas e comportamentos reais dos diferentes grupos políticos. Estou feliz vendo como decorre o torneio desde o segundo balcão. Foi nestes galinheiros que eu fui criando o hábito e paixão pelo cinema. De facto o poder manter uma prudente distância nos proporciona a possibilidade de ter uma visão menos apaixonada, menos clubista, e menos comprometida, e nos vacina do ter que defender acções que repudiamos.

Imagino, sem ter dados que confirmem esta ideia, que os expedicionários da capital, quando regressaram aos seus ninhos iam com o rabo entre as pernas e com muita acidez estomacal. Se tivessem feito, e bem feito, o trabalho de casa na devida altura não teriam colocado a bola na posição de grande penalidade a favor de Rui Rio.

Este encumbramento dos que se sentam na Assembleia da República os deixa encandeados, estáticos, desnorteados, como um animal selvagem que, ao meio da escuridão da noite sem lua, se defronta com os faróis de um automóvel. Não foi a primeira vez que esta orfandade mental cai sobre os vaidosos que residem na capital. E não será a última, pois o que Lisboa faz com os seus residentes, nomeadamente com os recém chegados, é que os converte em desenraizados, eticamente anódinos, sem valores afectivos familiares e de grupo. Por isso se acolhem a clubes “desportivos” que ainda os alienam mais, se possível.

Resumindo e concluindo: A força de Portugal ainda está fora da capital. Por enquanto.

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