sexta-feira, 8 de março de 2019

PODEMOS ESQUECER A POLÍTICA?


POR MUITO QUE QUEIRAMOS É IMPOSSÍVEL

Somos muitos os cidadãos que, sejam quais forem as razões que apoiem e decisão, optamos para não entrar na política partidária, com a qual amiúde não nos sentimos representados, dao o profissionalismo corporativo e de nítido compadrio.
Mas esta opção de liberdade leva-nos à triste conclusão de que, só quem estiver numa ilha deserta, como um novo Robinson Crusoe, é que poderia escapar das múltiplas pressões que nos regem. A partir do decálogo que Jeová entregou a Moises, tem-se complicado cada vez mais, regulamentado, ameaçando e punindo (quando se chega a esta situação) sempre sob o comando de uns delegados, que o são através de processos políticos.
Para que não julguemos que existem vias livres por donde poder escapar a todos os códigos optarei por, sumáriamente, referir os diferentes capítulos que, habitualmente, são utilizados para situar as regras que nos regem: Organização do Estado; Ligações com outros países; Legislação Internacional; Educação; Saúde; Cultura; Trabalho; Lazer; Assistencia social; Meio ambiente; Transporte; Habitação; E mais algum capítulo que me tenha passado. Até o que nos deve acontecer depois de morrer está legislado e regulamentado, com taxas e coimas, que devem satisfazer os herdeiros.
Sendo tão abrangente o que fica decidido por políticos, que se diz serem os nossos depositários, ou mandatados, através de votação universal e secreta, mas que, de facto, raramente conhecemos aqueles que foram seleccionados pelas estruturas partidárias, em nosso nome (?) Admitindo que um cidadão comum, isolado, pouco ou nada pode fazer para se opor a decisões colegiais que o afectem pessoalmente, e que se o tentar pode encontrar-se com novos problemas, o mais habitual que opte pela posição menos molesta. Tornar-se abstencionista. Que de facto tampouco é uma solução.
Esta pretensa abdicação dos seus direitos políticos, que são mais teóricos do que reais, é uma atitude, compreensível, adoptada por muitos adultos jovens, e não só. O que de facto acontece é que deixam o campo totalmente livre e disponível para que os políticos, que o abstencionista detesta, cortem e cosam a vida de todos a seu bel prazer.  Isso não impede a que o abstencionista deseje que com o seu "não acto" deram mostras, inequívocas e ineficazes, de desagrado.
A sociedade criou, por mãos hábeis, um amplo esquema de controlo, que mesmo com mudanças profundas ou simples maquilhagens, permanece vigente. De nada serve tentar manter-se ao largo, pois tarde ou cedo nos encontramos embarcados numa nave em que não confiamos e que nos leva a rumos indesejados.
Que fazer? Quem tiver uma receita válida para agirmos aqueles que não temos "vocação política" e que, visceralmente, rejeitamos "esta gente", podem ser amáveis e simpáticos nos oferecendo a sua solução para a partilhar. AGUARDAMOS.

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