POR MUITO QUE QUEIRAMOS É IMPOSSÍVEL
Somos
muitos os cidadãos que, sejam quais forem as razões que apoiem e
decisão, optamos para não entrar na política partidária, com a
qual amiúde não nos sentimos representados, dao o profissionalismo
corporativo e de nítido compadrio.
Mas
esta opção de liberdade leva-nos à triste conclusão de que, só
quem estiver numa ilha deserta, como um novo Robinson Crusoe, é que
poderia escapar das múltiplas pressões que nos regem. A partir do
decálogo que Jeová entregou a Moises, tem-se complicado cada vez
mais, regulamentado, ameaçando e punindo (quando se chega a
esta situação) sempre sob o comando de uns delegados, que o são
através de processos políticos.
Para
que não julguemos que existem vias livres por donde poder escapar a
todos os códigos optarei por, sumáriamente, referir os diferentes
capítulos que, habitualmente, são utilizados para situar as regras
que nos regem:
Organização do Estado; Ligações com outros países; Legislação
Internacional; Educação; Saúde; Cultura; Trabalho; Lazer;
Assistencia social; Meio ambiente; Transporte; Habitação;
E mais algum capítulo que me tenha passado. Até o que nos deve
acontecer depois de morrer está legislado e regulamentado, com taxas e
coimas, que devem satisfazer os herdeiros.
Sendo
tão abrangente o que fica decidido por políticos, que se diz serem
os nossos depositários, ou mandatados, através de votação
universal e secreta, mas que, de facto, raramente conhecemos aqueles
que foram seleccionados pelas estruturas partidárias, em nosso nome
(?) Admitindo que um cidadão comum, isolado, pouco ou nada pode
fazer para se opor a decisões colegiais que o afectem pessoalmente,
e que se o tentar pode encontrar-se com novos problemas, o mais
habitual que opte pela posição menos molesta. Tornar-se
abstencionista. Que
de facto tampouco é uma solução.
Esta
pretensa abdicação dos seus direitos políticos, que são mais
teóricos do que reais, é uma atitude, compreensível, adoptada por
muitos adultos jovens, e não só. O que de facto acontece é que
deixam o campo totalmente livre e disponível para que os políticos,
que o abstencionista detesta, cortem e cosam a vida de todos a seu
bel prazer. Isso não impede a que o abstencionista deseje que com o seu "não acto" deram mostras, inequívocas e ineficazes, de desagrado.
A
sociedade criou, por mãos hábeis, um amplo esquema de controlo, que
mesmo com mudanças profundas ou simples maquilhagens, permanece
vigente. De nada serve tentar manter-se ao largo, pois tarde ou cedo
nos encontramos embarcados numa nave em que não confiamos e que nos
leva a rumos indesejados.
Que
fazer? Quem tiver uma receita válida para agirmos aqueles que não
temos "vocação política" e que, visceralmente,
rejeitamos "esta gente", podem ser amáveis e simpáticos nos oferecendo a sua solução para a partilhar. AGUARDAMOS.
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