De
entrada quero deixar bem evidente que nada tenho contra as mulheres.
São elas quem nos trazem ao mundo e, se tudo correr como está
previsto, elas é que nos cuidan, nos alimentam, nos ensinam a falar
e muitas mais coisas elementares. E ainda nos acompanham ao longo dos
anos. As mães serão substituídas por companheiras, esposas se preferirnos, e a cadeia normal da evolução social continuará
(assim espero) com mais ou menos sobressaltos e variações (à
guitarra ou à viola, se forem violadas).
O
que, visto friamente, foi reservado para as mulheres é uma
longuíssima lista de afazeres, extensiva e exhaustiva, que as têm
mantido como “fadas do lar” ou como “serviçais sem ordenado e
poucas regalias”, ao que se deve acrescentar o terem que ser, gostasse ou abominasse, o veículo que possibilita o famoso
“descanso do guerreiro”.
E
isto é assim desde o tempo do homem das cavernas, ao que se seguiu o
“homem das tabernas”, aquela figura que se descreve como chegando
ao seu lar (que de facto deveria ter sido sempre o lar dela)
embriagado de álcool ou de um futebol mal digerido e descarrega a sua frustração no corpo da vítima lá de casa.
Não
ficamos admirados de que as mulheres se revoltem contra a triste sina
que lhes foi reservada nesta sociedade “machista e patriarcal”.
Já deve ter passado quase um século, ou mais, desde que as
primeiras feministas se manifestam, e algumas queimaram,
simbólicamente, os soutiens como símbolos de opressão.
Atitude
que foi aplaudida por “gregos e troianos”(*) quando os seios das
damas eram de dimensão reduzida e ainda erguidos por natureza. As
mais encorpadas, devem ter queimado as peças mais deterioradas e de
imediato vestir as que lhe beneficiavam a figura. É assim como em
muitas ocasiões existe uma realidade que se contrapóe aqo que se
manifesta.
Mas
o cerne da questão não está exclusivamente na revolta contra a
escravatura familiar, contra a desproporção do trabalho efectivo e
contínuo, das mulheres comparativamente com o mais tranquilo e menos
permanente dos homens.
A
desculpa da capacidade física para esforços já não é possível
ser admitida, pois mesmo nas sociedades menos desenvolvidas, vemos
mulheres carregando pesos exagerados, trabalhando no campo e, durante
os últimos grandes conflitos bélicos, as damas substituiram,
eficazmente, os homens nas fábricas. Além disso também existem
damas que practicam musculação, não se limitando a fingir que
andam sobre um tapete rolante o pedalando numa “chiclete” que não
sai do lugar onde está.
Quando
a mulher entrou na área do trabalho remunerado, primeiro em fábricas
onde se lhe pagava, e ainda se paga, de forma discriminada. Mais
adiante, progressivamente, escalou até posições de topo E é
natural que muitas já se sintam em condições de ombrear com os
cavalheiros e daí sentir-se mais independentes e ansiosas de poder
tirar de si as tarefas que, tradicionalmente, lhes estavam
reservadas. A revolta actual está, portanto, centrada no desejo de
deixar ser a esposa e mãe, se a esta posição lhe têm que
corresponder, forçosamente, uma escravidão sem fim.
A
primeira decisão importante que muitas mulheres tomaram foi a de
protelar a maternidade. Já foi conseguida por muitas senhoras, muito
ciosas da sua figura e da sua situação de topo. Seja no âmbito
profissional ou social. Mas quem pode vir a sofrer com estas
gravidezes tardias, -e sofre em muitos casos- é a inocente
descendência, que não foi tida nem achada nestas decisões tão
meditadas, ou levianamente decididas.
Seja
como for. Tal como se dizia décadas atrás é à fruta da época.
Se bem que a que estava sempre disponível era a banana.
(*)
por assim dizer, “eles e
eles, pois se não referirmos as “lésmicas” são os machos os que
mais são atraídos pelas glándulas mamárias das femeas. As
tetas são um fetiche perpétuo, pelo menos as não pendentes... Uma
memória perenne da fase em que se alimentavam directamente do corpo
da mãe - ou de uma ama. Não encontrei nenhuma citação de que um
fulano sinta uma atracção intensa ao ver um biberão, mamadeira no
Brasil.
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