quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

MEDITAÇÕES – Alguns inquéritos



MUITOS PERGUNTAM ACERCA DE TEMAS PESSOAIS

Sou refractário a abrir questionários, e totalmente avesso a responder, pela simples razão de que, sem que nada justifique a intromissão na vida pessoal das pessoas, e ainda por cima de uma forma impessoal, atrevem-se, reiteradamente, a inquirir sobre assuntos que são, sem dúvida, de índole exclusivamente interna de cada um. Apesar desta rejeição em algumas ocasiões já abri algum destes questionários para verificar em que grau de coscuvilhice navegam.

O mais recente caso, que aconteceu-me poucos dias atrás, tecia uma rede de perguntas que terminavam perguntando se, o inquirido, tinha sentido vontade de ter relacionamento íntimo, de terceiro grau digo eu, com a esposa de algum seu familiar ou amigo com quem frequentavam companhia. Insinuavam que, além de coincidir nos seus respectivos domicílios, se encontrassem, num lugar isolado, descomprometedor, com o propósito de practicar adultério.

A forma como as perguntas estavam redigidas e no progressivo grau de abertura que lhes estava implícito, dava a entender que era mais do que normal o procurar chegar a tais intimidades. Que não se previam respostas negativas. Até pode ser que esta generalização de comportamento excessivamente desrespeitoso seja apanágio da sociedade actual. Alguma realidade tem que existir para que se apresente a situação como sendo banal.

Pessoalmente e sem tentar negar que os corpos e comportamentos de algumas damas -para as qualificar respeitosamente- tenham incitado o meu libido, isso não impediu que entre os pensamentos atrevidos e a sua sedimentação mental não tenha havido qualquer sequência, seguindo as regras sociais com que cresci. No fundo a que não se questionem os limites a respeitar. Evitar pisar o risco. Assim como entendo que colocar certas questões de uma forma que sugere serem de uma banalidade sem importância, não é instrutiva, positiva.

Aliás, mesmo que se evitem os inquéritos electrónicos, sinto que os temas sexuais e de sexologia mais reservada, estão tornando-se cada vez mais abertos. Não admira ver notícias de estrupos, violações e de todos os abusos sexuais que possam existir no inventário, tratados com suma complacência, abertura e até incitação indirecta.

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