sábado, 14 de julho de 2018

NATO, USA, REPUBLICANOS, TRUMP versus UE



Na semana que terminou assistimos, sem o interesse que merecia, a mais um ataque do presidente Trunfas, agindo sob a batuta dos seus financiadores ultra-conservadores americanos, onde dando mais importância aos seus interesses na indústria do armamento, deixaram na gaveta do esquecimento o respeito que deviam aos seus ascendentes europeus, e para mais de cor branca, como eles dizem estimar sobre todo o resto da população mundial.

Só para agradar aos pujantes países da Ásia decidiram incrementar uma política de confronto com os seus antigos aliados. Aparentemente neste seu desplante deixaram de fora o Reino Unido, quiçá baseando-se no afastamento que o governo actual de Sua Majestade mantêm no propósito de incrementar o afastamento das regras da União Europeia. Por isto se explica a demorada visita de namoro que o presidente dos USA está fazendo ao U.K., hoje já a título privado na Escócia. São salamaleques de namoro.

Paralelamente o oxigenado Trunfa proclama, diz e desdiz, sobre o seu propósito e deixar de ser o braço armado da NATO na defesa da Europa Ocidental, que considera decrépita e ultrapassada. Concretiza as suas queixas pelos montantes que os membros da UE dedicam ao armamento “defensivo”, enquanto que os USA gastam neste capítulo montantes muito mais elevados. Não pode tolerar esta disparidade!

Tentemos olhar desde as bancadas e tentar entender o que de facto sucede. Por um lado já se verificou que os USA não desejam que os conflitos armados aconteçam dentro do seu território. Preferem mandar seus soldados (a ser possível pretos, amarelos e ameríndios de fala castelhana, que se inscrevem como voluntários na fé de que, após uns anos de serviço, de preferência expondo o corpo aos ataques dos seus “inimigos” lhes concedam a opção de se tornar cidadãos de pleno direito) Os governos dos EUA tudo fizeram e farão para que não se repita o ataque a N.Y. Que derrubou as famosas torres gémeas e matou, directamente, centenas de pessoas. Mais os que posteriormente faleceram por causas anexas. Esforçam-se por esquecer a possibilidade de um ataque inesperado. Chegam ao ponto de lançar teorias de conspiração interna nas que se sugere, entrelinhas, que as suas agências de investigação, espionagem e contraespionagem, além de sabedores do plano de ataque, colaboraram no intuito de conseguir um clima de acentuado bloqueio ao exterior, do que eles entendem ser o seu patriotismo de fachada, muito mais promovido com convicção por uma boa parte dos seus habitantes.

Pensam que os possíveis perigos virão do seu ocidente, da Ásia, enquanto que a Europa dos seus pais, avós e bisavós, pode definhar sem que isso os preocupe. Dali é pouco provável que os ataquem, e com a UK do seu lado as garantias são quase certas. Mesmo assim desejam que o mercado para as suas fábricas de armamento de todo tipo, desde pesado até ligeiro, não percam nem um possível cliente. Na UE existem concorrentes que lhes disputam a clientela. Então uma das possíveis medidas a tomar neste assunto é a de os ameaçar em que deixarão, pelo menos como aviso, de ser o seu guarda-chuva. A não ser que se decidam a investir mais do seu orçamento na compra de armamento bélico, de preferência produzido no território dos USA.

Ou seja, como acontece quase sempre, se não mesmo sempre, o que está por trás de conflitos, sejam verbais, de ameaças ou mesmo de guerras, é a economia mais vergonhosa. O que se viu nestas últimas semanas foi mais uma versão da chantagem do poderoso sobre os que são, comparativamente, mais fracos. E com a pressão de os obrigar a gastar mais em armamento caçam dois pardais com um só tiro.

Visto desde outro ponto sabe-se que se um país qualquer desejar ter um orçamento interno equilibrado, e, por pressões externas, fica obrigado a retirar verbas de capítulos de cariz social para satisfazer os desejos de um manifestamente mais poderoso, neste caso concreto em armamento, que os próprios fabricantes se encarregarão de o tornar obsoleto, e daí o ter que comprar a nova versão, será a sua população que ficará desfalcada, sacrificada. Todos os que trabalham na execução de orçamentos sabem que se estica para um lado falta noutro. Nas contas nacionais, antes da moeda única, existia a falsa escapatória de aceitar a inflação, que, aparentemente, colocaria as contas no se devido lugar. A realidade viu-se, sempre, que era muito diferente, pois conduziu a uma acentuada pobreza nas camadas mais desfavorecidas da sociedade, onde se incorporaram novos cidadãos, anteriormente navegando numa classe média instável.

É sabido que dentro da UE há bastantes membros que possuem a sua indústria de armamento bélico, tanto para defesa como para ataque. E que o seu mercado interno não é suficiente para lhes garantir a produção e desenvolvimento. Tem que vender onde houver potencial de interesse em comprar, nem que para isso tenham que incitar, por vias não evidentes, os conflitos. Aqui, no mercado internacional, entram em concorrência com os maiores, entre os quais está em primeiro lugar, e destacado em certos sectores, os USA.

Disto tudo, que é mais do que sabido, restam as pressões para enfraquecer a Europa. Mas fica a certeza de que, caso a situação se tornasse de conflito aberto, a América voltaria a colocar os seus soldados neste velho continente e, com mais interesse, o seu material de guerra, com as facturas correspondentes. Pelo caminho as suas fábricas marchariam a todo vapor, dando lucros fabulosos aos promotores do conflito.

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