José Maragato não se mostra convencido
Soube que as senhoras esposas mostraram interesse em visitar a recente
horta da Luísa, proponho que não nos demoremos em excesso na
apreciação das iguarias, que tão sedutores aromas emanam. O que
não quer dizer que se pretenda engolir sem mastigar. Já me
entendem. Temos tempo suficiente para apreciar as sobremesas e os
cafés.
Então,
estamos todos satisfeitos e prontos para esta aventura no local, não
digo dos crimes, mas dos cadáveres insepultos? CALMA!!! Não
pretendo vos conduzir ao lugar propriamente dito, os maridos, de cuja
classe pertenço, conhecemos de sobra este canto da propriedade. Que
fica bastante longe da área que vão visitar.
- A Doutora Diana convidou-me a fazer a viagem no seu carro, e assim ter uma janela temporal sem sermos ouvidas e controladas. Evidentemente aceitei com agrado. Agora os “rapazes” terão que passear juntinhos e com juízo, especialmente porque, distraídos como estavam, reparei que despejaram os copos mais do que uma vez. O mesmo não aconteceu com a minha condutora, de quem eu serei a pendura. Posto isto e porque sempre existe a risco de que ande por aí, extraviada, alguma patrulha da GNR com necessidade de apanhar alcoolizados, nós iremos à frente, marcando o passo, e os rapazes nos seguirão. E não há nhó-nhó nem meio nhó-nhó- Nós é que mandamos!
- O que as damas mandem, nós obedecemos, como sempre (menos quando não existe um grande risco de ficarem a saber o que estamos a fazer...) Apesar de ser uma autoridade, coisa que eu nem a cabo chego, o Inspector Doutor terá que aguentar que aqui o dono da viatura seja, por um bocado, o comandante em chefe! Vamos a isto, e que tenhamos uma boa viagem, mesmo que curta, pois quase que não dava para um avião levantar voo.
Como podemos admitir que a estrada é um terreno neutro, propriedade de todos os cidadãos e de nenhum em concreto, peço ao Amigo Doutor Cardoso que me deixe dissertar sobre uns pormenores que não posso admitir estejam suficientemente claros.
- A Doutora Diana convidou-me a fazer a viagem no seu carro, e assim ter uma janela temporal sem sermos ouvidas e controladas. Evidentemente aceitei com agrado. Agora os “rapazes” terão que passear juntinhos e com juízo, especialmente porque, distraídos como estavam, reparei que despejaram os copos mais do que uma vez. O mesmo não aconteceu com a minha condutora, de quem eu serei a pendura. Posto isto e porque sempre existe a risco de que ande por aí, extraviada, alguma patrulha da GNR com necessidade de apanhar alcoolizados, nós iremos à frente, marcando o passo, e os rapazes nos seguirão. E não há nhó-nhó nem meio nhó-nhó- Nós é que mandamos!
- O que as damas mandem, nós obedecemos, como sempre (menos quando não existe um grande risco de ficarem a saber o que estamos a fazer...) Apesar de ser uma autoridade, coisa que eu nem a cabo chego, o Inspector Doutor terá que aguentar que aqui o dono da viatura seja, por um bocado, o comandante em chefe! Vamos a isto, e que tenhamos uma boa viagem, mesmo que curta, pois quase que não dava para um avião levantar voo.
Como podemos admitir que a estrada é um terreno neutro, propriedade de todos os cidadãos e de nenhum em concreto, peço ao Amigo Doutor Cardoso que me deixe dissertar sobre uns pormenores que não posso admitir estejam suficientemente claros.
Para
já ainda não tenho a certeza de que o depositarem cadáveres nos
meus terrenos, e mais sendo a uma distância relativamente curta do
local onde se supõe que foram liquidados, seja ou não uma
causalidade. Recordo que foi referido ter sido visitado, poucos dias
antes, por um sujeito que se afirmava como intermediário, uma
espécie de agente imobiliário, mas sem se identificar, que
pretendia saber, ou propor, se estaríamos interessados em vender a
propriedade. Deu a entender que mais o que a área rústica o que
valorizavam era a volumetria da construção e até do armazém
anexo. Não lhe dei andamento e partiu sem mais.
O
usar, poucos dias depois, a propriedade como uma espécie de depósito
clandestino de mortos terá alguma ligação com a visita e as duas
situações, ou seja as festas com drogas e sexo louco, que se admite
estarem ligados ao primeiro cadáver, serão todos peças de um mesmo
quebra-cabeças?
Depois,
e estando nós “fugidos” mas com o conhecimento das autoridades,
como sabe, entraram em campo as tropas clandestinas dos ciganos.
Terão estas gentes, que qualificamos levianamente como de pouco
nível, poder dissuasório para conseguir que a equipa internacional
de bandidos tivesse duas baixas, um dos quais se soube ser partícipe
directo de duas mortes? Posso admitir que muitos destes elementos da
blindagem não sejam possuidores de mentes brilhantes. Mas o esquema
dos ciganos, a ser verdade, parece de uma singeleza própria de
catequistas.
E
mais espantoso ainda é o facto de que, com mostras evidentes de ter
sido punido internamente, pelo seu próprio grupo, nos oferecessem,
como se fosse um prémio de consolação, mais um cadáver, também
ele anteriormente identificado com um membro do quarteto de
distribuição de carcassas?
Não
quero que o Cardoso me esclareça nada. Só pretendo que fique claro
que não vejo tudo isto como tão credível como as histórias da
cartilha maternal. Não tenho elementos onde me basear. Só simples
deduções e experiência de vida. Mas SUSPEITO que estes atrevidos
acontecimentos causaram um grande vendaval nos meios políticos,
financeiros e talvez mesmo dentro das altas esferas eclesiásticas
(bispos e cardeais tem fama de serem apreciadores de bacanais)
Estes bandidos mercenários foram contratados. Não foram eles que
organizaram o encontro de alto nível, assim como é pouco provável
que conhecessem a identidade das personagens importantes que por lá
andaram. Só conheceram as prostitutas, de diferentes estatutos, os
maricas e pouco mais.
Apostaria
que se movimentaram muitos telefones, se pediu ajuda e colaboração
dentro do poder. Que se contactaram e pressionaram “a bem da boa
imagem do País” todas as Interpol, Europol e, se foi necessário
do Futebol, que através da sua FIFA deve conhecer muita roupa suja.
E
já desabafei. O Cardoso, pelo muito que tem que resguardar, (e
suponho que dentro da sua organização devem existir muitos Brutos
ansiosos de darem facadas pelas costas a os que imaginam os
estorvam), agradeço que tenha ouvido e esquecido, que se cuide e
se for necessário negue que tem qualquer convivência comigo.
Recorde que Judas e Pedro, negaram o que nos seus papeis lhes calhava
fazer. Mesmo assim fique com a noção de que já não uso chucha
desde muitas décadas atrás. E mais, que sou muito desconfiado.
Chegamos,
as duas equipas em boas condições., e sem cumprimentos dos
militares da GNR.
Esposas
amadas, ou Amadas Esposas, uma vez que neste caso a ordem dos
factores não altera o produto, coisa que não se pode fazer no ramo
da culinária. Será que preferem fazer a visita agrícola sem
interferências? Se assim for nós, os anteriormente designados
cabeças de casal, entraremos em casa e tomaremos um refresco,
possivelmente um café mais um scoth velhinho e um abano. As
esperaremos na sala.
Sem comentários:
Enviar um comentário