UMBERTO (1)
Sou
leitor compulsivo de livros, e deixei de adquirir jornais dado o
pouco respeito que merecem. Alem de que na internet consigo resumos
que me satisfazem. A pedido da minha esposa mantenho uma excepção
com o semanário Expresso, apesar de saber que nele existe uma
filtragem, compreensível, apesar de que, com o intuito de dar uma
colherada de mel aos desagradados, de vez quando colocam notícias e
alguns comentários, poucos, que possam agradar a quem não comunga
de olhos fechados, ou embebecidos, com a empresa proprietária.
Desde
umas semanas a esta data leio, com muito agrado, uma compilação de
crónicas assinadas e publicadas em revistas e jornais, da autoria de
Umberto Eco antes de falecer (1932-2016) Muitas destas crónicas deram azo a polêmicas interessantes, e noutras ele entrou em lutas -verbais- já iniciadas por outros. Não tem desperdídio, é um regalo poder ler esta compilação. Foram impressas e
distribuídas num volume com 497 páginas já após ter deixado este
mundo. Chegou este livro até mim enviado pela minha filha Marta,
sabedora que eu escrevo crónicas na areia molhada.
O
académico pisou muitos palcos, desde a sociologia, filosofia,
política nacional (italiana) e mundial, literatura, etc. Sempre de
uma forma correcta e educativa. As múltiplas referências que fez
induz a que nos envergonhemos da nossa ignorância e o respeitemos
como de facto mereceu e merece post mortem.
É
evidente que não tenho os conhecimentos nem a capacidade de síntese
deste autor (2), merecidamente galardoado, e por isso não me posso
lamentar de não ter seguidores. Cada um chega até onde pode e temos
que aceitar o facto de que os nossos pensamentos e opiniões são
daqueles que se afirma não interessam nem ao menino Jesus. (3)
1
- Respeito a grafia do seu
idioma materno.
2
– Se bem que algumas das suas crónicas são extensas que mais se
encaixam na classificação de ensaios.
3
– Esta frase continua a me desconcertar, pois que na doutrina
católica, apostólica e romana com que fui catequizado, ou pelo
menos tentaram, fiquei com a ideia, certamente que errada, que o
Deus-homem ou Homem-Deus, ou simplesmente um Profeta, afirmava que
ele seria o apoio de todos os desprezados. Com algumas variantes
léxicas, mas sempre com a mesma mensagem, fosse dirigindo-se a
doentes considerados incuráveis, pobres miseráveis, injustiçados
ou qualquer outro desfavorecido. Não entendo. Sou burro de dar
coices no ar.
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