terça-feira, 27 de junho de 2017

SE AS PESSOAS NÃO TEM JUÍZO ...



O tema das interferências com os espaços reservados à aviação por parte de drones, potenciais causadores de uma tragédia evitável, é algo de muito grave, e que tem passado como sendo uma banalidade sem importância. Recordemos os danos que uma simples ave de médio porte, seja um pombo, uma gaivota, ou outra qualquer, já causaram ao embater num avião. Pois estes aparelhos, de uso pessoal, são mais pesados e mais perigosos do que uma ave, além de que estão sob o comando de um ser racional (coisa de que me permito duvidar)

Aquilo que começou no domínio militar directo dos governos ao preparar aviões que podem ser comandados, via rádio e comunicações por satélite, numa eficiência que nos dizem ser equivalente, ou melhor, à de ter um piloto humano, e bem treinado, aos comandos, sofreu um processo de banalização que desceu até colocar no comércio livre, aparelhos voadores cada vez mais potentes e capazes de executar tarefas que excedem a simples brincadeira de crianças.

Ao longo deste mês de Junho foram noticiados, entre nós e limitando-se ao espaço aéreo nacional, pelo menos sete ocorrências com potencial perigo de colisão, e daí o alarme pertinente. Dizem que existe legislação que restringe a altitude e as zonas donde se pode brincar com estes aparelhos. Mas o facto de terem surgido, repetidamente, muito perto das trajectórias de aeronaves comerciais, repletas de passageiros, aparelhos do tipo que genericamente se denominam como “drones”, nos alerta de que a inobservância destas regras, ou mesmo leis, portarias, diplomas ou seja la o que for, não é obedecida por aqueles que os utilizam.

Não basta dizer que são uns irresponsáveis, e potenciais criminosos. Devemos entender que estes “brinquedos” não podem ser entregues a qualquer um que tenha capacidade económica, e falta de bom senso, para os adquirir. Se analizarmos o tema com atenção, os tais drones, capazes de atingir alturas superiores a umas poucas dezenas de metros, são, de facto, equivalentes a armas de fogo, dado que podem causar a morte a inocentes. Sem referir a capacidade bem reconhecida de poderem devassar a privacidade.

Os governantes, tão ciosos de se defenderem entre si, tem a obrigação de regular e proibir, com confisco e pesadas multas, a quem comercialize, compre e utilize estes aparelhos de média e alta capacidade, sem a devida autorização e registo por parte das autoridades competentes. O mais recomendável seria banir, em absoluto, a comercialização destas perigosas aeronaves miniaturizadas.


Deixar estes aparelhos nas mãos de incompetentes é ainda mais grave do que o criar cães de luta, ou comercializar armas de fogo sem respeito às possíveis consequências a terceiros, sempre inocentes.

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