O
tema das interferências com os espaços reservados à aviação por
parte de drones, potenciais causadores de uma tragédia
evitável, é algo de muito grave, e que tem passado como sendo uma
banalidade sem importância. Recordemos os danos que uma simples ave
de médio porte, seja um pombo, uma gaivota, ou outra qualquer, já
causaram ao embater num avião. Pois estes aparelhos, de uso pessoal,
são mais pesados e mais perigosos do que uma ave, além de que estão
sob o comando de um ser racional (coisa de que me permito duvidar)
Aquilo
que começou no domínio militar directo dos governos ao preparar
aviões que podem ser comandados, via rádio e comunicações por
satélite, numa eficiência que nos dizem ser equivalente, ou
melhor, à de ter um piloto humano, e bem treinado, aos comandos,
sofreu um processo de banalização que desceu até colocar no
comércio livre, aparelhos voadores cada vez mais potentes e capazes
de executar tarefas que excedem a simples brincadeira de crianças.
Ao
longo deste mês de Junho foram noticiados, entre nós e limitando-se
ao espaço aéreo nacional, pelo menos sete ocorrências com
potencial perigo de colisão, e daí o alarme pertinente. Dizem que
existe legislação que restringe a altitude e as zonas donde se pode
brincar com estes aparelhos. Mas o facto de terem surgido,
repetidamente, muito perto das trajectórias de aeronaves comerciais,
repletas de passageiros, aparelhos do tipo que genericamente se
denominam como “drones”, nos alerta de que a inobservância
destas regras, ou mesmo leis, portarias, diplomas ou seja la o que
for, não é obedecida por aqueles que os utilizam.
Não
basta dizer que são uns irresponsáveis, e potenciais criminosos.
Devemos entender que estes “brinquedos” não podem ser entregues
a qualquer um que tenha capacidade económica, e falta de bom senso,
para os adquirir. Se analizarmos o tema com atenção, os tais
drones, capazes de atingir alturas superiores a umas poucas
dezenas de metros, são, de facto, equivalentes a armas de fogo, dado
que podem causar a morte a inocentes. Sem referir a capacidade bem
reconhecida de poderem devassar a privacidade.
Os
governantes, tão ciosos de se defenderem entre si, tem a obrigação
de regular e proibir, com confisco e pesadas multas, a quem
comercialize, compre e utilize estes aparelhos de média e alta
capacidade, sem a devida autorização e registo por parte das
autoridades competentes. O mais recomendável seria banir, em
absoluto, a comercialização destas perigosas aeronaves
miniaturizadas.
Deixar
estes aparelhos nas mãos de incompetentes é ainda mais grave do que
o criar cães de luta, ou comercializar armas de fogo sem respeito às
possíveis consequências a terceiros, sempre inocentes.
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