segunda-feira, 26 de novembro de 2018

MEDITAÇÕES . 46 - SOBRE A PROTECÇÃO CIVIL

 Um erro que já devia ter sido corrigido

Já são demasiadas as vezes em que confrontados com acidentes ou catástrofes localizadas, os serviços de Protecção Civil tem mostrado uma inépcia vergonhosa. A sua capacidade de reacção é muito limitada e fica a impressão de que só servem para situar alguns escolhidos, darem-lhes um espaço, nem que seja um gabinete modesto, mais uma viatura para se passear e umas fardetas para se exibir. E todo este aparato está sob a alçada das Câmaras Municipais respectivas.

Quando as castanhas estão no lume e á falta de meios capazes, os "dirigentes" da dita Protecção Civil, possivelmente empurrados pelo Presidente da Câmara, passam a bola aos bombeiros voluntários, ou semi-profissionais, daquela corporação local que o falecido e saudoso Raúl Solnado, apelidava de A Bombeiral da Moda. Mas quanto a autoridade efectiva, as corporações de soldados da paz, mesmo que enquadrados em organizações de fingida estrutura militarizada, são colocados em segundo plano pois que o Corpo da Guarda nacional republicana é o que, de facto, nas áreas mais provincianas, tem o comando das operações.Pelo menos é assim que eu vejo esta acção de efectiva protecção às populações. Posso estar enganado. e não me envergonho, pois sucede-me com demasiada frequência.

Mas indo ao tema em questão, creio que caso se efectua-se uma consulta geral à população - Aquilo que se denomina de referendar.- e se perguntasse se a cidadania se sentiria mais apoiada se  entregassem esta responsabilidade, directamente e sem fintas, á GNR, o resultado da contagem não deixaria dúvidas da pouca confiança que os cidadãos atribuem à tal "Protecção Civil", pelo menos se funcionar, como tem sido até agora, como um departamento dependente da Câmara Municipal. E as razões profundas para esta descrença de efectividade e isenção estão nos critérios, nada gerais e isentos, com que os serviços camarários deixam cometer fechando os olhos, ou mesmo autorizam com excesso de bonomia, infracções que contêm graves riscos para a vida segura dos cidadãos de sua qualidade "anónimos".

Existe um grave exemplo a referir e que, incompreensivelmente, tem sido esquecido, creio que de propósito, acontecido em Lisboa quando do incêndio do Chiado. O autarca, que por sinal tinha o canudo de engenheiro..., autorizou ou mesmo promoveu a instalação de ilhas com explanadas e grandes vasos com plantas na Rua do Carmo. Quando já o incêndio em actividade, quando as viaturas enviadas para o atacar chegaram a esta artéria, encontraram o accesso ao local barrado por aquela simpática e alegre instalação. 

Como é tradição de imediato se aplicou a receita de "Após a casa roubada, trancas à porta". Desta vez a imagem deveria referir, mais propriamente, que se tiraram as trancas logo antes de retirar as cinzas da catástrofe, que poderia ter sido muito maior e felizmente, ficou circunscrita. Mas a sabedoria popular também nos diz que "Ninguém aprende nas costas alheias". Daí que não nos admira que centros urbanos, atulhados de comércio nas ruas, tenham tanta relutância em obrigar a desimpedir a circulação de viaturas, que nem sequer se podem considerar em exclusividade as ambulâncias e os bombeiros.

Esta permissão, indesculpável, só se conteve pelo facto de que as Câmaras Invocam o ser de sua total e absoluta autoridade o que permitem nas suas ruas. E então perguntamos. O QUE OPINA A TAL AUTORIDADE (?) DE PROTECÇÃO CIVIL?. Apostaria em que se fosse a estrutura militar da GNR a decidir, as ruas estariam SEMPRE, desimpedidas.

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