Um erro que já devia ter sido corrigido
Já são demasiadas as vezes em que confrontados com acidentes ou catástrofes localizadas, os serviços de Protecção Civil tem mostrado uma inépcia vergonhosa. A sua capacidade de reacção é muito limitada e fica a impressão de que só servem para situar alguns escolhidos, darem-lhes um espaço, nem que seja um gabinete modesto, mais uma viatura para se passear e umas fardetas para se exibir. E todo este aparato está sob a alçada das Câmaras Municipais respectivas.
Quando as castanhas estão no lume e á falta de meios capazes, os "dirigentes" da dita Protecção Civil, possivelmente empurrados pelo Presidente da Câmara, passam a bola aos bombeiros voluntários, ou semi-profissionais, daquela corporação local que o falecido e saudoso Raúl Solnado, apelidava de A Bombeiral da Moda. Mas quanto a autoridade efectiva, as corporações de soldados da paz, mesmo que enquadrados em organizações de fingida estrutura militarizada, são colocados em segundo plano pois que o Corpo da Guarda nacional republicana é o que, de facto, nas áreas mais provincianas, tem o comando das operações.Pelo menos é assim que eu vejo esta acção de efectiva protecção às populações. Posso estar enganado. e não me envergonho, pois sucede-me com demasiada frequência.
Mas indo ao tema em questão, creio que caso se efectua-se uma consulta geral à população - Aquilo que se denomina de referendar.- e se perguntasse se a cidadania se sentiria mais apoiada se entregassem esta responsabilidade, directamente e sem fintas, á GNR, o resultado da contagem não deixaria dúvidas da pouca confiança que os cidadãos atribuem à tal "Protecção Civil", pelo menos se funcionar, como tem sido até agora, como um departamento dependente da Câmara Municipal. E as razões profundas para esta descrença de efectividade e isenção estão nos critérios, nada gerais e isentos, com que os serviços camarários deixam cometer fechando os olhos, ou mesmo autorizam com excesso de bonomia, infracções que contêm graves riscos para a vida segura dos cidadãos de sua qualidade "anónimos".
Existe um grave exemplo a referir e que, incompreensivelmente, tem sido esquecido, creio que de propósito, acontecido em Lisboa quando do incêndio do Chiado. O autarca, que por sinal tinha o canudo de engenheiro..., autorizou ou mesmo promoveu a instalação de ilhas com explanadas e grandes vasos com plantas na Rua do Carmo. Quando já o incêndio em actividade, quando as viaturas enviadas para o atacar chegaram a esta artéria, encontraram o accesso ao local barrado por aquela simpática e alegre instalação.
Como é tradição de imediato se aplicou a receita de "Após a casa roubada, trancas à porta". Desta vez a imagem deveria referir, mais propriamente, que se tiraram as trancas logo antes de retirar as cinzas da catástrofe, que poderia ter sido muito maior e felizmente, ficou circunscrita. Mas a sabedoria popular também nos diz que "Ninguém aprende nas costas alheias". Daí que não nos admira que centros urbanos, atulhados de comércio nas ruas, tenham tanta relutância em obrigar a desimpedir a circulação de viaturas, que nem sequer se podem considerar em exclusividade as ambulâncias e os bombeiros.
Esta permissão, indesculpável, só se conteve pelo facto de que as Câmaras Invocam o ser de sua total e absoluta autoridade o que permitem nas suas ruas. E então perguntamos. O QUE OPINA A TAL AUTORIDADE (?) DE PROTECÇÃO CIVIL?. Apostaria em que se fosse a estrutura militar da GNR a decidir, as ruas estariam SEMPRE, desimpedidas.
Sem comentários:
Enviar um comentário