quinta-feira, 8 de novembro de 2018

MEDITAÇÕES - 36 - DURAMOS DEMASIADO


Ontem fui à revisão

Por iniciativa do Médico (por sinal é uma Médica) que, desde décadas, me atende no Serviço Nacional de Saúde fui convocado para uma consulta de seguimento. Apesar de ter algum desgaste físico (e emocional...) deu-me como apto para algum serviço. Não sei bem qual o serviço que posso cumprir com rendimento aceitável, mesmo que mínimo, pois que com os meus 80 considero que já ultrapassei os prazos de validade.

Comentava com a minha amiga e atenta médica que, meditando sobre a situação pessoal e desconhecendo como pensam os muitos milhares de cidadãos, desconhecidos, que também já passaram dos 75 aniversários, cheguei à conclusão de que os velhos somos uma carga social injustificada. Cada um dos veteranos aposentado custa à sociedade em geral deve ser, se devidamente quantificado, uma verba importante, Apesar do do que alguns opinam, um desperdício que não é equilibrado pelos descontos que nos obrigaram a fazer quando estávamos na fase activa.

Se contabilizássemos tudo aquilo que consumimos, sem produzir, desde a alimentação aos cuidados de saúde, incluídos custos  hospitalares e fármacos, que foram calculados nuns tempos em que a esperança de vida, depois de entrar na aposentação, raramente atingia mais de cinco anos, e o facto de que a população activa é progressivamente menor, e com uma taxa global de aportação ao sistema social que não cobre, nem de longe, o seu orçamento, temos que deduzir que, mais cedo ou mais tarde, a humanidade vai estabelecer uma espécie de "prazo de validade" que se ajuste à contabilidade e à realidade que nos rodeia.

Pessoalmente aceito, em teoria, que os humanos num futuro mais ou menos próximo decidam uma forma, um método sistemático, de extermínio do excesso populacional. A ser possível seguindo critérios éticos quanto mais correctos e aceitáveis melhor. Infelizmente, mesmo que os habitantes do globo terrestre devam ser considerados como iguais, abstraído dos factores endógenos que se tornaram incorrectos de referir, não podemos esquecer que existem zonas e grupos humanos que não seguem o mesmo ritmo de cobertura populacional. O ocidente já há décadas em que mostra um deficit de substituição nas suas populações autóctones que, aritméticamente, é compensada pela imigração de gentes com outros costumes, nomeadamente mais proliferas.

Este tema, especialmente o desenvolvimento que apresentei, admito que seja desconfortável e até inaceitável. Não quero referir factos históricos, alguns relativamente recentes, em que se decidiram extermínios em massa. Umas vezes seleccionando aqueles que se queria eliminar, e noutras ocasiões de uma forma mais extensiva, mais abrangente. Seja qual for a evolução da humanidade o que certamente não será factível é a transferência dos milhares de milhões de terrestres para outro planeta. A solução, queiramos ou não, será a de restringir a número de habitantes, começando pelos mais fracos. Foi e será sempre assim que os animais se comportam. E nós esquecemos que somos animais?

.

Sem comentários:

Enviar um comentário