sábado, 10 de novembro de 2018

MEDITAÇÕES 37 - ELEITORALISMO ?

 CAÇA DE VOTOS ?

Uns dizem que sim e outros que não. Depende do lugar que ocupam no leque partidário, incluindo os simples cidadãos com alguma tendência selectiva.

Mas aquilo que se comprovou, sempre, é que todos os que ocupam o`poder, tomaram acções semelhantes ou decidiram captar um sector que tenha muitos votantes potenciais em detrimento de outro que, de facto, pode representar, no máximo, umas poucas centenas de votos. Encontrar uma coutada deste género é valioso. O think-thank que tenha um pensamento tão positivo merece ser compensado, nem que seja com um daqueles rebuçadecos que alguns estabelecimentos colocam ao pé da caixa registadora para adoçar a boca do cliente.

Num destes dias mais recentes surgiu uma noticia que, por não sei que razões (nem quero saber) liguei a uma decisão do governo tripartido que nos assiste. Sempre com sorrisos de orelha a orelha e prometendo que sim, mas que,inevitavelmente, com certas reservas, usando a táctica habitual em Portugal (e noutros cantos deste globo) de empurrar as decisões, sem o dizer abertamente, para o NIM. Podemos admitir que gostamos de ser tratados como crianças, incapazes de pensar de motu próprio, pela figura, manipuladora, dum pai extremoso, Sempre claramente adepto de favorecer a todos os eleitores, sejam eles do lado que forem.

O que gravei, mentalmente, da notícia foi que o grémio dos livreiros não se mostra muito satisfeito com serem simples distribuidores dos manuais escolares, sem que a caixa registe as vendas respectivas. Não sei exactamente como funciona esta orgânica distributiva. Até pode ser que os manuais sejam entregues, em quantidades avultadas, directamente nas escolas e que seja nas respectivas secretarias que os entreguem aos elementos do corpo discente (gostam desta mostra de léxico?).

Seja como for alteraram fortemente o movimento de caixa das livrarias, que na fase do início do novo ano escolar tinham um momento de alívio na sua economia. Concretamente o fornecimento estava baseado em acordos entre as editoras, distribuidoras e vendedores, com prazos de pagamento que incluíam a venda a pronto aos compradores finais, incluindo as comissões bancárias existentes quando o pagamento era feito através de cartões de débito ou crédito. Enquanto que o livreiro devia satisfazer as facturas a 30 ou mais dias. Ou seja, existia um fluxo de dinheiro bastante interessante que, desta vez e não se sabe se vai perdurar, foi interrompido “por ordem superior”. A dúvida mais penosa está em desconhecer quando será que as Finanças paguem as facturas destes livros.

Até aqui podemos considerar que este é um assunto meramente pontual, que não merece uma atenção especial. Será exactamente assim?

Se olharmos para os números, temos por um lado as famílias beneficiadas com este bónus inesperado, cujo agregado familiar satisfeito e agradecido pode comportar entre um e vários votantes potenciais, e pelo outro lado temos os empresários das editoras, distribuidores e livrarias, principais afectados negativamente pois não fazem ideia de quando serão pagos, escaldados como estão pelas notícias do que tem implicado o tema das cativações nos orçamentos do estado.

Avaliando o potencial de cidadãos satisfeitos e o dos descontentes, é quase evidente que o número de votantes favoráveis à política económica actual é nitidamente superior. Este raciocínio é aquele que, possivelmente, é feito pelos que acusam o governo actual, tal como sempre aconteceu, de tomar decisões eleitoralistas. Pessoalmente vejo o assunto desde a bancada, do segundo balcão, que era o lugar de que podia usufruir no tempo de estudante, apesar de ter um financiamento excessivamente benéfico, como mais tarde ajuizei.

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