domingo, 18 de novembro de 2018

MEDITAÇÕES , 41 - Uma curiosidade


HETERÓNIMOS OU SIMPLES PLÁGIO

Insisto em só folhear, ou mais concretamente comprar um periódico, que não é jornal mas um semanário. Que raramente consigo digerir todo. Sobram-me muitas páginas, mas algumas não as posso perder, nomeadamente das que foram seleccionadas para estarem na revista E.
Uma das favoritas, que ocupa o primeiro lugar no pódio, conjuntamente com mais alguma que não cito agora, é uma página referenciada como sendo uma carta aberta,  cuja autoria é atribuída a um COMENDADOR MARQUES DE CORREIA, nitidamente uma variante humorística de  marco do correio. Quem escreve esta página, além de possuir uma bagagem notável, tem um humor fino e agudo. A não perder!
Acontece que nas últimas 8 semanas este semanário nos ofereceu, em livrinhos coleccionáveis, uns resumos da história de Portugal. Um resumo preparado por AFONSO ZÚQUETE..E, no fim de cada opúsculo incluiu um POSFÁCIO também atribuído ao tal Marques de Correia. São trechos curtos, mas muito saborosos e desempoeirados, o que não é habitual entre os nossos escribas. Confesso que na  parte dos opúsculos só li, atentamente, estes posfácios, mas já repensei que vou dar o benefício da dúvida ao restante conteúdo, com a esperança de que não se mantivessem na habitual linha patrioteira e falsa da maioria dos historiadores, mais preocupados em "ficar bem na fotografia" do que em elucidar a cidadania sobre o que de facto sucedeu, e as consequências posteriores aos acontecimentos relatados -em geral mal-. Claro que existem Historiadores, com letra grande, correctos e trabalhadores, como Henrique Matoso entre alguns outros merecedores de ser lidos. Mas demasiados há que insistem em dar como verídicas muitas falsidades, inventadas com propósitos vergonhosos, além de esconderem muitas verdades desagradáveis
Terminada a distribuição de opúsculos, e meditando neste  intelectual desempoeirado que os assina, fui procurar na estante um livro, editado em 2014, com o título RICA VIDA,  de LUCIANO AMARAL.  Dado que o lera ainda há pouco tempo intuí que me tinha deixado na memória estava em sintonia com os referidos posfácios. Tive que o voltar a ler de uma ponta a outra. -na minha opinião não se pode perder este trabalho-.  E Ah! Surpresa! Lá encontrei parágrafos inteiros transcritos literalmente do livro para os posfácios. E conclusão imediata é que ali temos a mesma mão, a mesma cabeça, o mesmo atrevimento. Ou então, que algum descontraído tinha plagiado o trabalho de Luciano Amaral. 
E agora resta a dúvida mais forte. Será que  tampouco é o nome oficial deste autor? São dois de uma possível longa lista de heterónimos? Para minha paz de espírito prefiro apostar em que o Comendador Marquês de Correia e Luciano Amaral são a mesma pessoa, com dois fatos diferentes, mas muito parecidos.



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