Este início
de Século entre outros acontecimentos de primeira página tem,
sem dúvida, um problema que "ameaça" as zonas que
tradicionalmente qualificamos como "ocidentais". Um
quase eufemismo que esconde o facto de serem zonas com
população maioritariamente branca, economia entre a riqueza
e a sobrevivência periclitante. Este ocidente que,
progressivamente, tem sido visto como zona promissora para as
pessoas que tem estado radicadas em áreas onde a pobreza,
endémica, já não consegue aguentar não só com as
dificuldades de séculos às novas necessidades de consumo que
lhes tem sido inoculadas, como se de uma doença se tratasse,
pelo interesse de escoar os excedentes da produção de
bens,nos países industrializados. Ou seja, já não é só da
fome e problemas de saúde que as populações migram, mas
também pelo desejo de participar do consumismo.
Apesar de
reconhecer que desde os primeiros hominídeos houve migrações,
procurando novos locais onde viver, em cada época a humanidade
tem que se preocupar com os problemas do momento. Na Europa
ocidental as migrações que mais receio causam aos já
instalados são as dos povos subsarianos. O governos europeus,
isoladamente ou em conjunto pela UE, tem procurado travar estas
correntes migratórias comprando a colaboração dos governos
dos países a sul do estreito de Gibraltar. Os que conseguem
ultrapassar as pressões dos residentes nos países que
tem que cruzar. deparam-se com a barreira do mar Mediterrâneo,
que se encarrega de cobrar uma taxa em vidas, mesmo que algumas
organizações procurem furar o bloqueio natural e prestar
ajuda aos que se enfrentam ás águas de Neptuno. Mesmo com
esta colaboração da natureza não se pode considerar que a
velha Europa esteja imune da insistente maré de migrantes.
O caso que
nestes dias se tornou mais preocupante, por ser mediático e
não poder contar com as dificuldades naturais para o travar, é
o da migração de muitos habitantes dos países do zona
central do continente americano, em geral mestiços de índios
americanos e brancos que, em diferentes épocas para ali se
deslocaram. Estes migrantes, maiormente de língua castelhana,
com modismos regionais, são, até agora, gente de paz, pobres,
dispostos a palmilhar milhares de quilómetros andando, com
jovens e velhos, homens e mulheres, crianças de colo e outras
já capazes de andar. Pelas reportagens que nos chegam sabe-se
que alguns destes viajantes conseguem transporte, pelo menos
para trechos que os aliviem das mazelas que, inevitavelmente,
as longas andaduras os sacrificaram.
O que nos
apoquenta é o que sucederá, dentro de horas ou dias, quando
esta maré humana, que parecem as formigas do filme
"marabunta", chegarem junto da barreira erguida pelo
governo dos EUA, que não se declara apto a lhes abrir o
accesso para o seu enorme território. Como se vai desenvolver
esta situação? Vão conseguir um acordo com bandidos
mexicanos para que massacrem os migrantes? Ou o Presidente dos
EUA, que não se mostrou adepto a possibilitar soluções
pacíficas, optará pela força?
Se o erguer uma muralha na fronteira, com arame espinhoso no topo, é a mesma táctica que Espanha tomou em Ceuta e Melilha, e que nos recorda à mundialmente famosa Muralha da China, construída para evitar que os estepários mongóis invadissem o império chinês, sem que de facto o conseguissem, pois que os mongóis invadiram a China e criaram uma dinastia de comando que durou gerações até se fundir com os locais, não nos pode tranquilizar minimamente. Alguma coisa terá que acontecer nos dias ou semanas mais próximas na fronteira entre o México e os EUA. Temos que esperar para ver. |
Neste espaço pretendo colocar relatos de experiência próprias e algumas elucubrações mais ou menos disparatadas.
sábado, 17 de novembro de 2018
MEDITAÇÕES 40 - Migrações
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