domingo, 21 de outubro de 2018

MEDITAÇÕES - 29 MITOLOGIAS FÚNEBRES




PARCA E CARONTE

Dou como indiscutível que os, poucos,seguidores dos meus devaneios reconhecem estas figuras mitológicas. mesmo assim deixarei umas curtas referências.

A Parca segundo é referido na mitologia grega, era uma das três filhas de Zeus com Témis -aliás Zeus era danado para a brincadeira e não desperdiçava nenhuma oportunidade de deixar descendência-  As três deidades que cuidavam do Destino dos humanos eram Cloto, Láquesi e Atropos, que ao serem adaptadas à canibalesca mitologia dos romanos foram reduzidos a uma só, com o nome de PARCA, que perdurou até hoje na linguagem académica, ou culta se aceitarmos o qualificativo, como sendo a Deusa da Morte.

Por sua vez CARONTE, era também uma figura mitológica, mas de segunda ou terceira categoria. Era descrito como ser um barqueiro, muito velho e enxuto, com longas barbas brancas, que na sua pequena lancha, com um único tripulante, ele manejando um só remo, se encarregava de conduzir os espíritos, digamos as almas, dos falecidos  depois de devidamente sepultados. 

Os recolhia na margem da lagoa Estíge e os conduzia até o local onde deveriam aguardar o fim dos tempos. Não eram iguais os destinos, e era Caronte quem decidia, em função do pagamento que vinha com cada um dos cadáveres. Isto implicava que os parentes do falecido tivessem a função de colocar uma moeda na boca do defunto, debaixo da língua, para que com ela pudesse pagar o barqueiro Caronte. Quem não pagasse ficava errabundo nas margens do lago durante um tempo de cem anos mitológicos.

Esta figura perdurou até muito tarde no imaginário e na literatura, sendo muito conhecida a referência que Dante lhe fez no seu canto  primeiro  do seu Inferno. 

Sendo eu um ateu incorrigível, mesmo que reconhecendo que a Parca já me fisgou, gostaria de poder pregar uma inocente partida a Caronte. Que quando procurasse o seu estipêndio debaixo da minha língua, se deparasse com uma daquelas fichas de plástico com que se podem utilizar os carrinhos nos hiper.


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