Querem
Concelhos e não Conselhos
É
muito importante entender o que está implícito no cabeçalho. Por
Concelhos, apesar de que nomeadamente correspondem a oferecer
a presidência duma Câmara Municipal, deve-mos interpretar como uma
das muitas benesses que se oferecem a colaboradores de terceira
linha, e que se pretende ficarem satisfeitos com as possibilidades de
agir (incorrectamente) que o posto lhes aufere mas, em contrapartida,
estarem afastados dos corredores do poder nacional, e nem sequer
terem entrada na ante-sala do Parlamento, naquele espaço que também
se adjectiva como ser o corredor dos passos perdidos.
Na
maior parte dos casos o beneficiado com esta mordomia nem sequer
necessita de abanar a árvore para colher frutos. Serão outros os
que lhe apresentaram as açafates cheias de apetitosos petiscos,
habitualmente de imediato monetários ou com um potencial de serem
rentáveis a longo prazo. Todavia há cidadãos que não se
satisfazem com esta potencialmente eterna mercê. Julgam que foram
ungidos, por um Deus qualquer, à escolha entre os muitos
disponíveis, para singrar mais alto.
Os
humanos, entre outras características, tem a de ser bi-polares, ou
mesmo sem carecer de apoio psiquiátrico, passam por fases opostas, e
com duração não equivalente, onde numas sentem-se derrotados sem remédio, consideram-se como inúteis, incapazes, incompetentes, e
simplesmente sempre inadequado seja para o que for. Na faceta oposta
sobre-valoriza-se, sente-se altivo, orgulhoso, vaidoso, em suma cai
naquela famosa situação de que vaidade e água-benta, cada um
toma a que quer. (isto já
não é bem assim: a disponibilidade de água-benta foi severamente
restringida)
Tanto
os que se encontram num o noutro dos pólos que auto-qualificação,
estão em risco de tombar por não se ajustar à realidade. Cada
pessoa tem um potencial determinado, que raramente é ponderado
correctamente pelo próprio.
Os
que se auto-qualificam-se num nível, imaginário, que não coincide
com aquele que decidiram os seus parceiros de equipa, e que o
colocaram naquele posto de potencial não desprezável, não se
percatam de que, os que o controlam de longe, os seus amigos que está
tentando ultrapassar, tem à sua disponibilidade o tanto o de lhe
poder abrir um caminho, que ele pensa ser o que merece, como também
a alavanca do alçapão que o ata à corda que traz ao pescoço. Ou
seja, tanto o podem encumbrar, se assim o entenderem lhes ser
rentável, como o deixar cair em três tempos.
A
mensagem que esta dissertação transmite é simples: o pior inimigo,
aquele que nos pode dar a facada mortal (figuradamente,
como é evidente) é aquele que nos declarou ser o seu
eterno amigo, o que podia contar sempre como o apoio seguro. É da
história!
E
chegou ao momento de dissertar acerca de CONSELHOS.
Pouco
há que dizer se formos sensatos. Quando alguém, eu ou você, por
exemplo, num momento de extrema debilidade mental, caímos na
tentação de dar um conselho a um amigo/a, sem que este nem sequer
tenha insinuado que o pedia, arriscamos a errar. A ser banidos pela
pessoa que queríamos ajudar, porque a sugerência de acção não
coincide com aquilo que já tinha previamente decidido. Provavelmente, o nosso atrevimento, cheio de boas intenções, -que
se diz terem enchido o inferno até transbordar, antes de este local
de castigo ter sido desactivado por alguém capacitado para tal-
não só terá um efeito oposto ao que, boamente, se pretendia, como
pode conduzir ao afastamento irreversível daquele amigo/a.
Corolário:
Antes de dar um conselho, mesmo que tendo sido requerido, pensar
duas, três vezes. E depois ter uma saída tangencial para não
ficar mal.
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