quinta-feira, 12 de setembro de 2019

MEDITAÇÕES - como nos situamos na vida



Nem tudo o que parece é.
Nem só quem é rico vive.
Nem tanto nem tão pouco.
Nem todas as verdades se dizem.
Nem tudo mel nem tudo fel.
Ninguém está bem com a vida que tem.
Ninguém perde o que não tem.
Não julgues da montada pelos arreios.
Julga-se o lobo sempre maior do que é.

Uma mania da qual não me liberto é a de procurar sinais de bem pensar, de sageza, no rifoneiro tradicional. São milhentas as máximas que, em geral, nos oferecem motivos de reflexão e de uma forma restrita. Mesmo com poucas palavras.

Apesar de ter oito décadas às costas nem por isso vejo com clareza, diáfanamente, que uma pessoa tenha os seus sentimentos orientados para um extremo da classificação “política” onde estamos navegando, ou nos satisfizermos com uma atitude mais estática e observadora. E apesar desta incerteza interior de cada um o mais habitual é que os outros, sejam de trato próximo ou afastado qualifiquem o terceiro sem estarem dentro da realidade e nem sequer saberem ponderar as aparências em função do que existe por baixo da epiderme verbal e comportamental.

Em princípio (meio e fim) sou da opinião de que devemos aceitar cada um pelo que é, pelo que deduzimos que efectivamente, no seu íntimo, lhe rege o pensamento e, nem sempre..., o comportamento. O ter uma abertura geral não obriga, como é evidente, a que nos tenhamos que sentir obrigados a conviver com pessoas que não partilham do mesmo sentimento de aceitação. Os há que são tão fechados nos seus ideários que se tornam indigestos, e por isso recomenda-se o afastamento preventivo.

Daí que, cingindo.nos ao espectro mais extremo da política, o que pode parecer fácil para uns, mesmo imediato, colocando este na coluna da direita e o outro no da esquerda, é uma temeridade, ou pelo menos um juízo arriscado, mais teórico do que real. Apesar disso algumas atitudes sociais evidenciam, quase que sem dúvidas, para que lado pende o sentimento profundo de muitos cidadãos. E, curiosamente, é raro que o já de ante-mão qualificado, se posto perante o julgamento “popular” raramente aceitará o veredicto de bom grado.

O exemplo mais actual desta pretensa ambiguidade está no propósito manifesto por todos os partidos actuais em se auto.qualificarem como sendo, sem dúvida nem hesitações, do campo da social democracia.

Seja como for os outros nos avaliam não só pelo que dizemos mas pelo comportamento que transcende para o exterior. Além disso quem criou, anteriormente, uma imagem fixa só com muita dificuldade se poderá ver livre deste estigma. É como as tatuagens!

Noutro apontamento, e não hoje, pretendo estudar, levianamente, aquilo que nos leva a ser qualificados com sendo da direita, da esquerda ou neutros. Para já adianto que uma coisa é o que sentimos interiormente e outra o que fazemos no exterior; podem ser díspares, opostos. Mesmo assim esta possível dualidade comportamental não é eticamente desculpável.









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