Nem
tudo o que parece é.
Nem
só quem é rico vive.
Nem
tanto nem tão pouco.
Nem
todas as verdades se dizem.
Nem
tudo mel nem tudo fel.
Ninguém
está bem com a vida que tem.
Ninguém
perde o que não tem.
Não
julgues da montada pelos arreios.
Julga-se
o lobo sempre maior do que é.
Uma
mania da qual não me liberto é a de procurar sinais de bem pensar,
de sageza, no rifoneiro tradicional. São milhentas as máximas que,
em geral, nos oferecem motivos de reflexão e de uma forma restrita.
Mesmo com poucas palavras.
Apesar
de ter oito décadas às costas nem por isso vejo com clareza,
diáfanamente, que uma pessoa tenha os seus sentimentos orientados
para um extremo da classificação “política” onde estamos
navegando, ou nos satisfizermos com uma atitude mais estática e
observadora. E apesar desta incerteza interior de cada um o mais
habitual é que os outros, sejam de trato próximo ou afastado
qualifiquem o terceiro sem estarem dentro da realidade e nem sequer
saberem ponderar as aparências em função do que existe por baixo
da epiderme verbal e comportamental.
Em
princípio (meio e fim) sou da opinião de que devemos aceitar cada
um pelo que é, pelo que deduzimos que efectivamente, no seu íntimo,
lhe rege o pensamento e, nem sempre..., o comportamento. O ter uma
abertura geral não obriga, como é evidente, a que nos tenhamos que
sentir obrigados a conviver com pessoas que não partilham do mesmo
sentimento de aceitação. Os há que são tão fechados nos seus
ideários que se tornam indigestos, e por isso recomenda-se o
afastamento preventivo.
Daí
que, cingindo.nos ao espectro mais extremo da política, o que pode
parecer fácil para uns, mesmo imediato, colocando este na coluna da
direita e o outro no da esquerda, é uma temeridade, ou pelo menos um
juízo arriscado, mais teórico do que real. Apesar disso algumas
atitudes sociais evidenciam, quase que sem dúvidas, para que lado
pende o sentimento profundo de muitos cidadãos. E, curiosamente, é
raro que o já de ante-mão qualificado, se posto perante o
julgamento “popular” raramente aceitará o veredicto de bom
grado.
O
exemplo mais actual desta pretensa ambiguidade está no propósito
manifesto por todos os partidos actuais em se auto.qualificarem como
sendo, sem dúvida nem hesitações, do campo da social democracia.
Seja
como for os outros nos avaliam não só pelo que dizemos mas pelo
comportamento que transcende para o exterior. Além disso quem criou,
anteriormente, uma imagem fixa só com muita dificuldade se poderá
ver livre deste estigma. É como as tatuagens!
Noutro
apontamento, e não hoje, pretendo estudar, levianamente, aquilo que
nos leva a ser qualificados com sendo da direita, da esquerda ou
neutros. Para já adianto que uma coisa é o que sentimos interiormente e outra o que fazemos no exterior; podem ser díspares, opostos. Mesmo assim esta possível dualidade comportamental não é eticamente desculpável.
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