quinta-feira, 12 de setembro de 2019

MEDITAÇÕES – No Vaticano insistem




OS CONSERVADORES NÃO ARREDAM

Ontem, nos noticiários. foi referido que, no seio da Igreja Católica Apostólica e Romana, e nomeadamente na sua sede vaticana, onde proliferam libertinos e pederastas, existe um movimento que luta para denunciar o actual Papa por ser excessivamente social, e até o qualificam de comunista. Curiosamente recordo ter ouvido e lido, em tempos pretéritos, alguns comunistas afamados e encartados, que afirmavam que Jesus da Nazaré foi o primeiro comunista.

Atendendo, limitando-nos à sociedade dita civil, existem velhacarias cometidas por ambos lados deste espectro, nomeadamente os ultra-conservadores e os ultra-revolucionários. Sucede, porém, e que este Papa, ao contrário dos anteriores, provêm da população do hemisfério Sul -e Central por estarem em condições sociais iguais, equivalente e até, em muitos casos piores-, não pode fechar os olhos aos abusos cometidos sob a protecção da Igreja. Muitos deles directamente por membros do clero, tanto secular como purpurado.

Devemos admitir que sendo este Papa, membro da Ordem dos Jesuítas, voluntariamente tomou o nome de cartaz de Francisco, por se sentir ligado à doutrina propagada e efectivada por São Francisco o tal que criou uma ordem mendicante e cujos membros deviam dedicar-se não só à oração -que se podia considerar um sacrifício de benefício directo-, mas, principalmente a ajudar os mais necessitados. Não foram os únicos, nem tampouco Francisco de Assis foi totalmente original. Mas a estrutura, anquilosada e extremamente conservadora da Igreja, sempre preferiu estar de mão dada com o poder factual e, por arrastamento, com o poder económico. Mesmo na Rússia comunista a igreja, ortodoxa, mas cristã, não se alheou totalmente do poder. “Sacrificaram-se ?”

Algumas coisas já se actualizaram no “espectáculo” que se instalou na Igreja. Entre outros capítulos importantes, que até poucos anos atrás eram basilares, já não se passeia o Papa sentado num andor carregado por fieis (ou contratados. Quem garante? Haverá.como nas procissões andaluzas, voluntários desejosos de conseguir a salvação e outros que necessitam do que lhes pagarem em numerário pelo trabalho. E é mesmo assim!) Mas as cedências de protocolo não se aceita que influenciem a noção de ética e pecado de que muitos dos seus membros aderiram e querem manter.

Não sendo eu crente, em nenhum credo, considero que as “religiões” que actualmente estão criando prosélitos aos magotes, além de se aproveitarem da ignorância das pessoas e do instinto, sempre presente, de acreditar num ente superior, invisível protector e simultâneamente com vocação de punir, tem à cabeça indivíduos bem inteligentes e desprovistos de respeito pelos outros, que se aproveitam do desfasamento actual da Igreja Católica.

Curiosamente não é a primeira vez na história do mundo ocidental em que o excesso de conservadorismo da Igreja Católica abriu portas para surgirem cismas, que além de se fixaram continuam crescendo e até gerando novos rebentos, mais ou menos abastardados.

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