domingo, 12 de agosto de 2018

MEDITAÇÕES - 5 Conversos

CONVERSOS

Habitualmente são entendidos como Conversos os individuos que abjuram de uma religião para aderirem a outra, em geral incompatível com a anterior, mesmo que tenham raízes comuns. Mas creio que esta qualificação que peca por corresponder a uma convicção nva em relação à precedente, pode aplicar-se em outras muitas mudanças que, de um modo geral, não são vistas com agrado pela maioria da população que, sem ser exageradamente conservadora, prefere manter-se no mesmo lao da estrada da vida, pelo menos enquanto não blhe surja pela frente um somatório de razões que o impulsem a mudar.

Entrando no domínio da conversa castiça, informal, sabemos que no domínio da política, tanto rasteira como de altos voos, é corrente vir a saber que fulano ou sicrano mudou de parecer, ou melhor de partido, sem que o seu comportamento anterior, por vezes até propenso a discursos inflamados, que em nada indiciavam o propósito de filiar-se, repentinamente, num sector que, pelo que se depreende, lhe augura um futuro mais promissor, e a ser possível rentável. O cidadão comum, aquele que não muda de parecer como de camisa, não aprecia estas mudanças, e por isso há muitos anos que os qualifica como serem Vira casacas.

Existe uma característica, quase geral, dos indivíduos que súbitamente mudam de campo, seja na religião, na já referida política, no sector económico ou até no clubismo dito desportivo, e usam com gosto esta identificação com um orgulho -aparente, nem sempre credível- que nos surpreende. É o facto de se tornarem notórios pela dedicação com que, para ganhar méritos, tornam-se defensores e propagandistas intensos do novo amor.

Um exemplo actual, que só atinge a política lateralmente, é o nos relatarem como alguns dos terroristas que se arvoram intensas motivações islãmicas, nem sempre são originários de famílais que praticam esta fé. Alguns dos que se imolam para poder atingir uma quantidade de vítimas entre a população civil que, para eles, serão inimigos do Islão, mas que de facto pode corresponder a pessoas desconhecidas, inocentes,.Muitos destes mártires tem na sua ficha o facto de se terem convertido ao Islão recentemente, e decidirem mostrar a sua fé intensa imolando-se por uma causa que passou a ser sua pouco tempo atrás.

Sem ser necesário tornarem-se bombistas suicidas, o querer destaque perante os novos parceiros, após a sua recente incorporação ao grupo, os leva a  comportarem-se de modo semelhante ao daqueles que qualificamos como mais papistas que o Papa.

Uma situação que não é nova entre conversos, especialmente entre os que renegaram do judaismo para se incorporar na fé católica, e passarem á qualificação social de cristãos novos ou marranos (um sinónimo de porcos) encontramo-lo nalgumas biografias, pouco divulgadas, de santos e santas que, sendo cristãos novos, se tornaram estudiosos e especuladores teológicos do catolicismo.

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