Só existem vírus malignos?
Todos os vírus que
existem, e que se diz estão em constante mutação, são perigosos
para a sobrevivência da humanidade? Se assim fosse não se entende
como ainda existimos, pois quando ficássemos imunes a um estariam
miríades de outros aguardando a sua oportunidade de nos liquidar.
Assim sendo e após
exprimir as minhas meninges -que nem sequer são das de primeiro
nível, mais propriamente de uma passagem de nível sem guarda-
cheguei à conclusão, possivelmente errada, de ser impossível que
toda a imensa população de vírus tenha como propósito de primeira
ordem o nos eliminar da face do planeta. Seria uma velhacaria
inconcebível. E mais sabendo que o homem, mais mulher e anexos, anda
por este planeta desde bastantes milhares de anos.
Uma singela dedução
baseada nos ensinamentos dos livros sagrados, sem contraditório
aceite, e sem referir outras crenças que sempre incluem o bem e o
mal, em contraponto, considerando que tal como o dia e a noite não
podem existir um sem o outro, chega-se inevitavelmente à conclusão
de que devem existir também alguns vírus bons, e ainda outros
assim-assim.
Mas esta especulações
de filosofia barata, Não basta para dar um valor académico à minha
afirmação. Era imprescindível conseguir um testemunho laboratorial
credível. E neste propósito decidi empreender os estudos, tanto
bibliográficos como através dos meios de consulta que a informática
nos oferece, no intuito de conseguir um aparelho, de custo acessível,
e com este recurso poder visualizar uma boa quantidade de vírus de
diferentes estirpes, inclusive o fotografar para dar fé do que
estava decidido a dar ao mundo.
O mircoscóspio óptico
já verifiquei, logo de início, que não chegava no seu poder de
ressolução para visualizar estes corpos, que afirmam nem sequer
serem bichos. Taxativamente são ambíguos, nem carne nem peixe.
Antes pelo contrário (?. devem ser da oposição “soft”)
As possibilidades de
adquirir um mircorscóspico electrónico, em segunda ou terceira mão,
através do portal dos saldos e-bay foi desconsolador. O que apareceu
eram trastes da idade da pedra, que o máximo que podiam mostrar era
uma pulga. Nem uma amiba era observável. Mas não desanimei! Tinha
que dobrar todos os cabos e furriéis que me aparecessem pela frente.
O meu treino nos comandos era mais do que suficiente para me oferecer
um grau de auto-estima e confiança superior à dos meninos das Js.
Com latas de refresco e
de laca, que recolhi no lixo da cabeleireira do lado, além das peças
do meccano que ainda resistiam numa estante dos objectos esquecidos,
lentes de óculos já desactualizados, e mais os fundos das garrafas
de vidro, cuja reconhecida potência as torna responsáveis de
inumeráveis incêndios florestais, fui montando uma aparelhagem
excelente, que não só me possibilitou espreitar a vida íntima dos
vírus como até das suas lutas intestinas entre fações rivais.
Conflitos sem quartel, onde os vencedores absorvem, ou mais
simplesmente engolem, aqueles que caem sob as suas armas.
Habitualmente atacam com saliências do tipo ventosa e dardos
pontiagudos, sem esquecer as bocas absorventes que abrem quando chega
o momento da abordagem. Umas batalhas terríveis, como já previa.
O que esta observação,
inédita ou pelo menos não disseminada nos meios académicos até à
data (1) é, a meu critério, de importância capital, e por isso
dediquei-me, com alma-naque e coração ao alto a redigir um artigo
que, mal esteja pronto, o que demorará poucos Dias&Dias A.
Boavida, enviarei -por correio azul turquesa e registado- para
uma longa lista que já preparei de publicações científicas de
alto gabarito, entre elas o Correio da Manha e o Jornal do Fundão.
Cada um no seu género.
Estou em vias de procurar
saber se, para me apresentar em Estocolmo, me sai mais em conta
alugar no Paiva um conjunto de casaca, calças riscadas, faixa de
cetim, e até roupa interior a condizer, ou tentar outra vez no tal
e-bay. Em última hipótese teria que pedir emprestada a fatiota a um
assíduo expectador do São Carlos Borromeu, que conheci em tempos e
que encontro com certa frequência nas críticas da alta costura
musical. Está fora das minhas capacidades financeiras o mandar fazer
a um alfaiate habilitado, dado o meu alheamento absoluto dos meios
políticos e económicos que dominam o País.
- Os investigadores, e académicos em geral,são muito ciosos das suas descobertas, além de invejosos e sem preconceitos quanto ao plagio.
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