domingo, 17 de novembro de 2019

MEDITAÇÕES – O mistério das calorias


Gordos, magros ou elegantes ?

A partir do momento em que as Vénus de Rubens passaram a ser consideradas como umas gordas celulíticas, “não aptas para consumo”, e se verificou que a imensa maioria dos cidadãos com poucos recursos tinham figuras mais esbeltas, procurou-se explicar como alguns destes “pés rapados” eram gordos em excesso. Mal comidos, dietéticamente falando, como se justifica cientificamente que, apesar de tudo, atingissem um aumento exagerado das enxundias corporais. Alguma coisa comiam que engordava em excesso.

Para os humanos, que não entendiam, com profundidade, os “mistérios” da biologia, o que sim verificaram foi que os animais que hibernavam, ou seja, que passavam a temporada de frios intensos recolhidos em locais abrigados e num estado dormente ou mesmo letárgico, previamente tinham feito reservas de alimentos, que ingerido em excesso, para poder aguentar os meses difíceis de parcial ou total impossibilidade de se alimentar como de seu natural. Ursos e outros animais que hibernam, sem saber ler ou escrever nem terem frequentado estudos superiores, instintivamente sabiam que deviam acumular gordura, em quantidade bastante superior ao seu normal.

E aqui está a explicação, ou a base dela, das tais caloriais maléficas.

Após horas, dias e noites de estudo, queimando as pestanas com a luz de velas, o “homem” chegou à conclusão, muito antes da equação de Einstein, que tudo o que se movia carecia de energia. Mais adiante se concluiu que mesmo as partículas elementares, em que se confunde massa e energia, esta dualidade existe. Mais complexa do que a Santíssima Trindade.

A partir daí o progresso da humanidade passou a estar directamente ligado ao potencial e consumo de energia.

Avançando: O nosso corpo está, constantemente, consumindo energia para possibilitar o funcionamento dos órgãos internos, -como são, entre outros o coração, os pulmões e aparelho digestivo- Também carecem de uma aportação energética todos processos biológicos que comportam combinações e reacções químicas e, também, todos os movimentos e esforços físicos que em maior ou menor grau temos necessidade de fazer. A decisão mais convincente foi a de tratar tudo com o critério da energia, fosse despendida ou ingerida, e daí a necessidade de determinar a energia que se ingeria.

Em chegando a este grau de certeza o problema seguinte estava em como medir, mensurar, o potencial energético necessário para viver, mais o necessário para nos possibilitar a actividade física, e equacionar estas necessidades com o poder energético dos alimentos à nossa disposição.

Intuitivamente se ligou a gordura corporal com a ingestão excessiva de gordura vegetal ou animal. A seguir deduziu-se que certos alimentos, isentos de gordura quando no momento de ingestão, ao longo da processo de digestão e assimilação, podiam produzir moléculas de gordura que, incorporadas no fluxo sanguíneo, se acumulavam em certas zonas e órgãos do nosso corpo. Tal como lhes acontece com os animais que hibernam, já referidos atrás.

Mais coisas curiosas se foram juntando a este complexo esquema. Por exemplo, que um exercício físico pesado, violento, além do cansaço gera o suor que expelimos -para arrefecer o corpo quando a exudação se evapora- A diminuição do peso que a balança denuncia entre antes e depois do esforço, descontando o peso da água de respiração acelerada e da transpiração, é energia eliminada! Por isso se dedicam a correr pelas ruas e nas esteiras mecânicas aqueles que a sua actividade física normal não consome energia  ao nível do que ingerem.

Portanto era necessário medir tudo, por um processo físico coerente e credível. Já se media o poder calorífico dos combustíveis utilizados para conseguir o movimento de diversos equipamentos mecânicos. Estava tudo tabelado, desde as madeiras até a palha ao carvão vegetal e mineral, óleos e destilados do petróleo. Porque não medir o poder calorífico dos alimentos? E com o mesmo aparelho e procedimento do que uma gasolina?

Como dizia aquele que está actualmente na ONU. Agora era só fazer as contas ...

2 comentários:

  1. Dou como certo que os meus seguidores conheciam o porque se qualificam os alimentos pelas suas características termodinâmicas, ou seja, pelas calorias. Assim como vos dispensei de referir como é que se determinam estes valores, pois a "bomba calorimétrica", relativamente simples, não é uma aparelhagem que esteja à disposição de qualquer cidadão. Mas é com este equipamento se se determinam tanto o poder calorífico da hulha ou do gasóleo, como de um hambúrguer comercial (depois de o triturar e retirar uma pequena parte representativa ou, dada a complexidade dos componentes avaliar cada um deles por separado e contabilizar o o total em função da proporcionalidade do cada componente no conjunto.

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  2. Olhando pelo lado errado: Não é simpático que valorizem um bolo como se fosse um litro de gasolina! Mesmo que se trate do poder energético. Mas não se encontrou outro método e escala menos agressiva.

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