quinta-feira, 31 de outubro de 2019

MEDITAÇÕES - Sobre a Gaguez





GAGOS NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Um problema da fala que é tão incómodo para quem o padece e sofre como para quem o ouve. E por ser relativamente frequente -até dizem pode ser congénito- encontrasse referenciado nos clássicos ocidentais. Gregos e Latinos tentaram resolver esta situação, em especial quando afectava a personagens que destacavam pelas suas opiniões e por isso mesmo eram procurados a fim de os ouvir. O remédio, de sucesso duvidoso, que nos surge na memória era o de proporem ao discursante que colocasse uns pequenos seixos na boca já antes de iniciar a sua palestra.

Entre nós o tema voltou às páginas e comentários após a eleição de uma deputada que, quando se enerva, não consegue debitar o seu pensamento de uma forma contínua, ou seja, que gagueja, tal como lhes acontece normalmente a quem padece deste problema.

Por muitas recomendações, do tipo social, que se façam entre aqueles que, por reflexo, também se enervam, se sentem incomodados, quando sujeitos a ouvir e interpretar alguém que “fala às prestações” (e dizem que deve cantar “a pronto”) o instinto animal, que insiste em surgir de vez em quando, nos pressiona a rejeitar esta pessoa. A fazer ouvidos moucos ou a virar-lhe as costas o mais discretamente que for possível. Obviamente esta não é uma solução eficaz para o problema pessoal de quem o sofre.

E haverá uma terapêutica da fala que consiga eliminar esta sintomatologia? Parece que existem algumas técnicas, não invasivas, que podem ser eficazes. Para quem esta situação, problemática, o preocupar, mesmo que não a sofra pessoalmente, sugerimos que procure documentar-se com paciência e tentativas persistentes. Há bastantes textos disponíveis, e um deles, que encontrei após vários fracassos, é:

SANDRA MADALENA ESTEVES DE LIMA
Gaguez: estudo de caso.

Monografia apresentada na Universidade Fernando Pessoa, para tese de licenciatura.

Porto 2009


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