quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

SER BENFIQUISTA



TENTAR EXPLICAR O ÓBVIO

Ontem editei um escrito, que valorizei de atrapalhado, onde pretendia descrever as querenças locais e regionais das pessoas. FOI UM ÊXITO pois o contador de visitas deu DUAS ENTRADAS !!!!!  Em face do sucesso indiscutível (?) decidi tentar uma abordagem diferente. Desta vez metendo a colher no mundo do futebol, que confesso desconheço quase que totalmente e a prova é que, ao longo da minha vida, só duas vezes entrei num estádio. A primeira quando o Belenenses, jogando no Restelo contra o Barça, num desafio amigável, não competitivo, fui puxado por um irmão que, ainda hoje e radicado nos USA (e nacionalizado como cidadão americano) continua sendo um apaixonado seguidor do clube catalão

A segunda e derradeira vez também fui aliciado por um familiar, desta feita um cunhado, que me propos que me integrasse num grupo de benfiquistas até Roma onde o Benfica defrontaria o clube local. O isco estava no passeio que a caravana  daria pela Italia, que era deveras cativante. Estar no meio dos tifosi romanos naquele estádio era bastante confrangedor, em especial  para quem não tinha experiência do comportamento destas multidões ululantes. Por sorte o Benfica ganhou! Mas o grupo onde me encontrava teve o cuidado, ao sair do recinto, de tirar e guardar nos bolsos os cachecóis e bonés identificativos.

Qual a razão pela qual refiro estas situações ?  E porque pretendo conectá-las com o escrito de ontem?

Pois porque, insisto, as pessoas criam raízes e "lutam" por questões inicialmente locais. Ser adepto do Benfica, do Sporting, do Porto ou da Académica, por exemplos mais ou menos aleatórios, inicia-se por serem clubes  do bairro, da cidade ou da zona onde a pessoa se sente ligada sentimentalmente. Claro que depois encontramos adeptos de qualquer clube em zonas afastadas, como pode ser em Castelo Branco ou em Bragança. Mas as excepções não invalidam a regra.

Hoje, em que as cidades crescem continuamente com a chegada de novos elementos, vindos de outras zonas ou mesmo de fora do País, o indivíduo, visto isoladamente, será adepto de algum clube ou associação da sua residência quando se sentir integrado naquele conjunto de vizinhos. Mas é muito provável que mantenha o seu fervor pela terra ou o clube que escolheu, ou lhe induzIram, na sua juventude.

Avançando: Das adesões clubistas podemos passar às locais e zonais, e finalmente às territoriais, políticas ou patriotias. E, normalmente, aqui terminam as paixões interiores, aquelas que inclusive podem incitar a lutar, seja a murro e pontapé, com paus ou com armas de fogo para defender aquilo que se sente nos pertencer. Mas será que existe alguém que se sinta vocacionado pela União Europeia ao ponto de se apresentar num hipotético campo de batalha para defender esta organização multinacional?

Duvido muito. E é esta dúvida que me leva a deduzir que o "decálogo" desta União Económico-Política -caso existir tal resumo de comportamento- está muito desencontrado do pensamento das pessoas, ditas normais.

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