TENTAR
EXPLICAR O ÓBVIO
Ontem
editei um escrito, que valorizei de atrapalhado, onde pretendia
descrever as querenças locais e regionais das pessoas. FOI UM ÊXITO
pois o contador de visitas deu DUAS ENTRADAS !!!!! Em face do
sucesso indiscutível (?) decidi tentar uma abordagem diferente.
Desta vez metendo a colher no mundo do futebol, que confesso
desconheço quase que totalmente e a prova é que, ao longo da minha
vida, só duas vezes entrei num estádio. A primeira quando o
Belenenses, jogando no Restelo contra o Barça, num desafio amigável,
não competitivo, fui puxado por um irmão que, ainda hoje e radicado
nos USA (e nacionalizado como cidadão americano) continua sendo um
apaixonado seguidor do clube catalão
A
segunda e derradeira vez também fui aliciado por um familiar, desta
feita um cunhado, que me propos que me integrasse num grupo de
benfiquistas até Roma onde o Benfica defrontaria o clube local. O
isco estava no passeio que a caravana daria pela Italia, que
era deveras cativante. Estar no meio dos tifosi romanos
naquele estádio era bastante confrangedor, em especial para
quem não tinha experiência do comportamento destas multidões
ululantes. Por sorte o Benfica ganhou! Mas o grupo onde me encontrava
teve o cuidado, ao sair do recinto, de tirar e guardar nos bolsos os
cachecóis e bonés identificativos.
Qual
a razão pela qual refiro estas situações ? E porque pretendo
conectá-las com o escrito de ontem?
Pois
porque, insisto, as pessoas criam raízes e "lutam" por
questões inicialmente locais. Ser adepto do Benfica, do Sporting, do
Porto ou da Académica, por exemplos mais ou menos aleatórios,
inicia-se por serem clubes do bairro, da cidade ou da zona onde
a pessoa se sente ligada sentimentalmente. Claro que depois
encontramos adeptos de qualquer clube em zonas afastadas, como pode
ser em Castelo Branco ou em Bragança. Mas as excepções não
invalidam a regra.
Hoje,
em que as cidades crescem continuamente com a chegada de novos
elementos, vindos de outras zonas ou mesmo de fora do País, o
indivíduo, visto isoladamente, será adepto de algum clube ou
associação da sua residência quando se sentir integrado naquele
conjunto de vizinhos. Mas é muito provável que mantenha o seu
fervor pela terra ou o clube que escolheu, ou lhe induzIram, na sua
juventude.
Avançando:
Das adesões clubistas podemos passar às locais e zonais, e
finalmente às territoriais, políticas ou patriotias. E,
normalmente, aqui terminam as paixões interiores, aquelas que
inclusive podem incitar a lutar, seja a murro e pontapé, com paus ou
com armas de fogo para defender aquilo que se sente nos pertencer.
Mas será que existe alguém que se sinta vocacionado pela União
Europeia ao ponto de se apresentar num hipotético campo de batalha
para defender esta organização multinacional?
Duvido
muito. E é esta dúvida que me leva a deduzir que o "decálogo"
desta União Económico-Política -caso existir tal resumo de
comportamento- está muito desencontrado do pensamento das pessoas,
ditas normais.
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