segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

LIMPAR OS TERRENOS



Como é que vai ser?

Por enquanto ainda estamos na fase das ameaças, das obrigações para os cidadãos mais indefesos. E os regulamentos,tão bem elaborados, cientificamente (?) por “especialistas de nomeada” vão ser aplicados a fio de espada, igualmente para todas as cabeças? Mas a data limite de espera antes de “entrar a matar” já está à vista.

Se me for permitido, refiro a minha veia céptica, que me empurra a não acreditar em tanta igualdade e fraternidade. Pelo que se tem escrito ainda existem muitas parcelas de terreno, mais ou menos rural, algumas mesmo na vizinhança de casas, lugares, aldeias e até cidades, que não estão devidamente registradas no cadastro. Algumas ainda estão pendentes de partilhas. Outras estão no limbo, ou seja não se sabe bem a quem pertencem. Em princípio está previsto que o Estado tome posse destas parcelas de dono ignoto. Outras mais são de idosos sem posses monetárias, nem capacidade física para cumprir a exigência; por muito que concordem com esta necessidade de prevenção. Mas que não sabem como cumprir o exigido.

E será que os baldios e áreas que constam dos patrimônios municipais, estatal ou corporativo, cumprirão, sem falhas nem subterfúgios de argumentações quase que processuais?

Se o Estado, a tal entidade que nos deve representar e servir com a coaboração indirecta de todos, através dos impostos directos e indirectos, vai proceder nas autuações de uma forma global, sem escapar nada nem ninguém entre os dedos da justiça cega? Sería a primeira vez. Sempre há quem escape da razia.

Uma questão concreta, que foi bastante falada. Recomenda-se ou manda-se que sejam respeitadas faixas com x metros de largura de cada lado das linhas de caminho de ferro, das estradas e das linhas aéreas de transporte de energia eléctrica. Concretamente digamos que estas faixas de terreno devem estar nuas, limpas de mato, restolho e arbustos, ramos de árvores e qualquer potencial combustível. Varemos esta correcta exigência cumprida, ou serão os cidadãos individuais, os únicos perseguidos?

Passados os folguedos de Carnaval, as tristezas da Quaresma e Semana Santa, mais os dias de folga da Páscoa, já estaremos em pleno na fase das denúncias, das punições, multas, contrafés e toda a panóplia de acções legais. Mais uma vez nos surge a pergunta: esta vigilância e punição será geral? Vai cumprir-se em todoo território e por todos os responsáveis de uma parcela, nem que seja de meio hectare, de terreno com vegetação?

Esperemos para ver se, desta vez, a lei será exactamente igual para todos. Quantos argumentos já estarão previstos para fugir com o cú à seringa? A previsão é que será uma daquelas ameaças em que a montanha pariu um rato.

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