O
PROBLEMA ESTÁ NO COMEÇAR
Desde
rapaz e por ser o filho mais velho entre três, além de que sempre
tive vocação para me meter em trabalhos manuais, umas vezes com
resultados aceitáveis e noutras, mais, deixados inacabados por me
encontrar num beco sem saída, fosse por falta de conhecimentos
“profissionais” ou por não ter disponíveis os materiais e utensílios considerados, já não digo como idóneos, mas pelo menos
ao nível de segunda ou terceira opção. Por exemplo. Nem tudo se
conseguia levar avante com recurso a um pequeno canivete ou de um
martelo e uma faca de cozinha.
Já
adulto e no estatuto de “cabeça de casal” como se considerava
naquele então, comecei a compor uma caixa de ferramentas, ao nível dos mínimos. Um minimalista excessivamente abrangente pois se, de
entrada incorporei um berbequim eléctrico, depois não foi possível
deixar de me presentear com lotes, cada vez maiores, das ferramentas
de mão que, numa série progressiva e ininterrupta de auxiliares,
sempre em consequência de enfrentar novas tarefas, sempre urgentes,
e consideradas como de fácil execução e, às quais tinha que
enfrentar.
Como
exemplo de uma das necessidades imediatas e difíceis de completar,
posso dar a similitude com as colecções de cromos de quando rapaz.
Mas com a diferença importante, quase trágica, de que não era
possível recorrer a troca de repetidos, é a inocente chave de
fendas. Que não é
tão simples como nos parece à primeira vista, pois sistematicamente surgem necessidades que exigem conseguir um utensílio específico.
Inicialmente imaginamos que com uma chave de tamanho médio estávamos
equipados para o que der e vier, Ah Ah! Querias...
Inicialmente
tentamos avançar no confronto com um parafuso qualquer, que era
preciso retirar ou apertar. Se a chave de que então dispúnhamos não
encaixava perfeitamente com a fenda do parafuso o problema já
encravava, pois que quase sempre ou se dava cabo da fenda ou da ponta
da chave. A falta de experiência nos conduzia a ponderar como ser
solução, quase que milagrosa, uma chave com pontas permutáveis.
Dormem no fundo da caixa, com algumas pontas extraviadas ou estragadas,
com a agravante de que o punho nem sempre tem a dimensão adequada ao
esforço que se deve aplicar.
Não
demoramos a decidir que para enfrentar situações de pouca monta
no domínio da electricidade caseira era indispensável dispor do
chamado “busca pólos”, pois não é agradável manipular
fios sem saber se estão em carga.
As
solicitações especiais não terminam aqui. Cada dia nos deparamos
com novas condições de accesso ao parafuso especial, seja que só
recebe uma chave de estrela determinada ou, mais recentemente, com uma cavidade
de faces múltiplas que só reage com uma chave especifica.
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