terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

QUE FUTURO PARA A UNIÃO EUROPEIA ?



Mesmo atendendo a que, pessoalmente, sinto que ninguém está minimamente interessado nas minhas opiniões, e que ainda por cima sou um cidadão totalmente desconhecido, e consciente de estar já dentro dos limites do prazo de validade. Todas estas circunstâncias não me inibem de pensar e, por vezes, de tentar colocar os meus loucos pensamentos à disposição de um número muito reduzido de leitores. Raramente devem ultrapassar a dezena!

Os que me conhecem, nem que seja epidérmicamente, sabem que sou, simultâneamente português por escolha pessoal e catalão por herança familiar. Os acontecimentos recentes, concretamente do diferendo existente entre o estado espanhol, em monarquia constitucional e o sentimento identitário dos catalães, longe de ficar arrumado, levou-me, por arrastamento, a imaginar uma extrapolação para o conjunto de estados membros da U.E. Isso enquanto durar esta experiência.

Os contestatários catalães sentem-se, com razão ou sem ela, abusados pelo centralismo castelhano. Há muito tempo que, com maior ou menor intensidade, não se sentem satisfeitos por estarem sob a tutela de dita Espanha. Antes do golpe militar fascista e durante um pequeno período partilharam de um “estado federal” com governo central republicano. Tudo foi imediatamente anulado pelo governo do ditador Franco, patrono pessoal de uma Espanha católica e totalmente centralista, mantida por mão militar e policial enquanto ele esteve vivo.

Admito que, abdicando de uma utópica independência plena, muitos catalães já se satisfaziam fazendo parte de uma República Federal, com uns estatutos bem elaborados e que se adotassem por uma decisão global. Por enquanto os governos radicados em Madrid, que temem ou se apoiam nos saudosos da ditadura franquista, extremistas e retrógrados, não estão afins de uma solução deste teor.

Pessoalmente penso que as pessoas em geral tem uma restrita visão de conjunto. No fundo somos como os animais migrantes, sejam aves ou mamíferos. Quando alguém, pelas várias razões que o tenham influenciado, sente que deve mudar de região ou mesmo de País, e até de continente, durante um periodo de tempo, mais ou menos curto, sente a necessidade de voltar, nem que seja por um período de tempo reduzido, ao local onde nasceu e cresceu.

Saltando no raciocíneo, os actuais estados, ou nações, da Europa são homogêneos por decreto. Continuam existindo muitos dos sentimentos regionalistas, por vezes quezilentos e muito intensos. Não podemos esquecer que a montagem da União Europeia tinha como propósito conseguir um bloco económico que se pudesse equiparar aos USA. Mas os promotores descuraram as realidades históricas de cada um dos parceiros europeus, enquanto que os estados da América não tinham um passado comparável.

Quem estudou alguma história europeia sabe que a Itália foi unificada por Garibaldi no séc XVIII, e que ainda hoje não se ultrapassaram os sentimentos de identidade zonal, mais ou menos conflituosos. A Bélgica é um País artificial e partilha com outros do Norte o manter governos monárquicos ditados por Napoleão.

A Alemanha unificou-se com Bismark. Aumentou e foi recortada por efeito da segunda guerra mundial, e hoje funciona com um Governo Federal. A Inglaterra, como a vemos actualmente, não está totalmente identificada como sendo igualitária, como sedo efectivo um UK homogêneo. Desde a refilona Escócia até a Irlanda, conflictiva . Mesmo o País de Gales tem orgulho na sua identidade. A monarquia mantêm, como pode, uma unidade periclitante.

A França desde a Monarquia e depois com o “Império Napoleónico”, e até hoje, é uma unidade mais funcional do que totalmente sossegada, pois que permanecem fortes muitos sentimentos regionalistas. Sem contar com o litigio latente da Corsega.

Daí que penso que se entrou num excesso de imaginada uniformidade entre os países que se foram incorporando na União Europeia. É uma ideia de igualdade excessivamente forçada, que sinto pode estourar em qualquer momento, seja com qual for o alegado. Pois que no fundo permanecem sentimentos de identidade, rivalidades, litígios por resolver, que por junto são avessos a aceitar ser iguais por decisões tomadas por mandatados.

Os primeiros sintomas de repulsa podem surgir como reacção à enorme máquina burocrática que se instalou entre Bruxelas e Luxemburgo. Além de custar muito dinheiro não me parece que os naturais de qualquer país membro se sintam totalmente satisfeitos com esta fingida igualdade.

Se o futuro se orientar para o meu pensamento, será forçoso propor aos estados membros que, caso desejem manter a união para certas questões, será aconselhável dar atenção às suas parcelas com identidades fortes. Modificar os estatutos e dar importância aos grupos humanos que existem nos territórios dos diferentes membros. Em suma, baralhar e dar de novo. Procurar montar um Estado Federal com um corpo burocrático reduzido.

NOTA: Não estou satisfeito com este texto. È demasiado pretensioso e trapalhão. Hoje não consigo melhorar.

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