sábado, 23 de janeiro de 2021

MEDITAÇÕES - Dia de Reflexão

 

VIVÊNCIAS DE VIRELLA


MEDITAÇÕES Dia de reflexão.


Neste momento o relógio de pulso, e os outros todos (menos um que teima em parar) marcam as 20 horas, e é noite cerrada. E eu exausto de tanto refletir.

Já nem tenho c coragem para me aproximar de um espelho, com receio de ver a minha fronha refletida naquele vidro -com revestimento de um composto de prata metálica e outras camadas protectoras-. Esta adversão é fruto do esgotamento cerebral que se apoderou, total e exclusivamente, do meu pobre cérebro, já com mais buracos no seu interior (de dentro) do que um queijo de Gruyere, dos autênticos, que é bem caro, mesmo se comprado em fatias fininhas.

E onde cheguei depois de tanta horas de meditação transcendental e reflexão erótico-política?

Confesso que estou no mesmo beco sem saída do que ontem, anteontem a assim recuando até quatro anos atrás. E à frente? Aí e que está o dilema. Um dia vos contarei a história do trilema. Mas tem que ser bem comportados

Apesar de não me é permitido fazer declarações que saltem por cima das regras que se decidiram para o dia de hoje, o meu desvario congénito atreve-se a manifestar que sinto o problema de uma forma tão aguda, ou mais até, do que a me pesava nas zero horas deste sábado.

Resumindo: o dilema neste momento e amanhã pior, é mais um multi-lema dado que a lista de possibilidades de errar é bastante superior à que um solteiro pode ter no dia em que se decide a tomar uma das suas paixões -a maior parte assolapadas- como a escolhida para se converter na sua legítima esposa.

Desta vez, porém, mesmo que a opção de sair do lume para cair nas brasas se vislumbre como nefasta e invencível, temos um horizonte de mudança a quatro anos, se as previsões e as regras da arte se mantiverem vigentes.

Não esqueço que existem alternativas para amanhã. Tais como o voto em branco, o voto nulo, o não depositar o papelinho na urna e leva-lo para casa como recordação. Ou, mais simples até, aproveitar o receio de poder ser agarrado pelo Covid-l9, ou alguma das suas variantes, -todos os dias surgem novas, num ritmo geométrico superior ao de novos partidos políticos. Que serão “sol de pouca dura”- e simplesmente decidir a ficar em casa e deixar que a imaginária bola de neve vá rodando ladeira abaixo.

Esta imagem da bola a deslizar sem travões, além de pecar de uma certa poesia romântica e descrença num futuro melhor, pretende simbolizar a nossa economia, não só a individual como, tristemente, a nacional. Felizmente, mesmo que já não se cante aquele hino cheio de bonomia e ternura, além de conter uma boa dose de esperança, sente-se na alma que insistimos, pela calada, na estrofe “cantando e rindo”, como se o que nos acontece fosse como um nevoeiro passageiro, que se dissipará quando chegar o “embuçado”.

Um simil histórico, que já foi trabalhado pelo cinema “mericano” é o da orquestra do paquete “inafundável” Titanic continuar a tocar apesar de já viajar para o fundo do Atlântico.

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