sábado, 6 de julho de 2019

MEDITAÇÕES - lamentos vergonhosos


OS LAMENTOS – dos apáticos

Como admito que entre os meus reduzidos seguidores os há que, apesar disso, não são incapazes de pensar, embora sejam incapazes de reagir, creio que depois de ler o escrito anterior e ver o cabeçalho deste já imaginam o teor do que trago in mente.

Para já tenho uma forte relutância em escrever o que sinto, até porque nem sequer posso alardear de ter uma postura reactiva, merecedora de destaque. Ou seja, sou tão dócil, consentidor, apático como o mais desprezado marido que consente, sabendo, que a sua mulher faz sexo com outros homens, mas que, dado ele ser sabedor, nem sequer se pode qualificar de marido enganado. O nosso comportamento, visto já com uma importante dose de bondade e compreensão, é indigno daquele HOMEM, que é a base da humanidade. Admito que a beatitude, que gostariamos de fosse o ambiente geral, deixa muito que desejar.

E, tristemente, olhando a iconoigrafia histórica, mesmo que não corresponda exactamente à realidade, chega-se à conclusão de que o homem-macho, que presume de machão quando bate na mulher, encolhe-se caso ela decida mostrar que também sabe defender-se e atacar. Sem ser exclusivamente de lingua -pois que neste campo da linguagem agressiva elas não tem rival- perdeu, tácitamente e com evidência não passada pelo notário, até ao nível de desqualificação efectiva e de só se decidir a saltar para a arena quando é empurrado por uma “Maria da fonte”, seja caseira, do bairro ou da aldeia.

Este sair da casca, das mulheres neste novo século, já se tornou um facto descarado, impossível de esconder, especialmente no campo da política. Ao colectivo dos homens, e nomedamanete dos maridos, teóricamente “cabeças de casal” (1) nos devia empurrar no sentido de que se atingiu, e não simbóilicamente, o tempo das amazonas, o tal que se debatia já na mitologia grega -e não só- Está practicamente entre nós, e com uma pujança evidente. Curiosamente por cedências timoratas dos homens que, apesar de terem tido o poder ao longo de milénios, hoje preferem ceder, practicamente abdicar Uma alteração social que merecia ser escalpelizada por sociólogos de nível elevado.

(1) – Não podemos olhar para o lado e assobiar entre dentes tentando não reconhecer que cada dia são mais os casais onde o marido ficou desempregado, sejam quais forem os motivos e razões invocados para o colocvar na rua, e fica a esposa como único sustento (salarial) naquele lar. Quantas vezes vimos, e veremos mais, homens sós, passeando o filho num carrinho, sem a presença da mãe; e nas horas de expediente! E homens fazendo as compras da alimentação sem o auxílio -mais correctamente: a decisão presencial- da esposa?


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