OS
LAMENTOS – dos apáticos
Como
admito que entre os meus reduzidos seguidores os há que, apesar
disso, não são incapazes de pensar, embora sejam incapazes de
reagir, creio que depois de ler o escrito anterior e ver o cabeçalho
deste já imaginam o teor do que trago in mente.
Para
já tenho uma forte relutância em escrever o que sinto, até porque
nem sequer posso alardear de ter uma postura reactiva, merecedora de
destaque. Ou seja, sou tão dócil, consentidor, apático como o mais
desprezado marido que consente, sabendo, que a sua mulher faz sexo
com outros homens, mas que, dado ele ser sabedor, nem sequer se pode
qualificar de marido enganado. O
nosso comportamento, visto já com uma importante dose de bondade e
compreensão, é indigno daquele HOMEM, que é a base da humanidade.
Admito que a beatitude, que gostariamos de fosse o ambiente geral,
deixa muito que desejar.
E,
tristemente, olhando a iconoigrafia histórica, mesmo que não
corresponda exactamente à realidade, chega-se à conclusão de que o
homem-macho, que presume de machão quando bate na mulher, encolhe-se
caso ela decida mostrar que também sabe defender-se e atacar. Sem
ser exclusivamente de lingua -pois
que neste campo da linguagem agressiva elas não tem rival- perdeu,
tácitamente e com evidência não passada pelo notário,
até ao nível de desqualificação efectiva e de só se decidir a
saltar para a arena quando é empurrado por uma “Maria
da fonte”,
seja caseira, do bairro ou da aldeia.
Este
sair da casca, das
mulheres neste novo século, já se tornou um facto descarado,
impossível de esconder, especialmente no campo da política. Ao
colectivo dos homens, e nomedamanete dos maridos, teóricamente
“cabeças de casal” (1) nos devia empurrar no sentido de que se
atingiu, e não simbóilicamente, o tempo das amazonas, o tal que se
debatia já na mitologia grega -e não só- Está practicamente entre
nós, e com uma pujança evidente. Curiosamente por cedências
timoratas dos homens que, apesar de terem tido o poder ao longo de
milénios, hoje preferem ceder, practicamente abdicar Uma alteração
social que merecia ser escalpelizada por sociólogos de nível
elevado.
(1)
– Não
podemos olhar para o lado e assobiar entre dentes tentando não
reconhecer que cada dia são mais os casais onde o marido ficou
desempregado, sejam quais forem os motivos e razões invocados para o
colocvar na rua, e fica a esposa como único sustento (salarial)
naquele lar. Quantas vezes vimos, e veremos mais, homens sós,
passeando o filho num carrinho, sem a presença da mãe; e nas horas
de expediente! E homens fazendo as compras da alimentação sem o
auxílio -mais correctamente: a decisão presencial- da esposa?
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