terça-feira, 4 de agosto de 2020

MEDITAÇÕES - Negociar ou Pedinchar ?

O que temos que lhes possa interessar?

Nás semanas anteriores à euforia actual, quando não se tinha a certeza de que os nossos companheiros ou sócios (qualquer das duas denoiminações é fantasiosa) se decidissem a nos entregar, mais uma vez, umas sacadas de dinheiros para poder desbaratar (mas sempre atentos não ao principio da conservação da matéria mas ao mais pragmático de que no que toca a dinheiro sempre existem bolsos preparados para o acolher), os noticiários, devidamente lubrificados com dinheiro do erário público, enchiam páginas e comentários relatando os notórios esforços que os nossos representantes, capitaneados pelo Primeiro Ministro, faziam, sem descanso nem pausa, “negociando” com aqueles malvados que tinham a chave do cofre.


Sendo pragmático, tanto quanto me é permitido, tenho a noção de que negociar é uma técnica já muito antiga. Tudo se resume numa troca de bens, seja dinheiro ou outro capítulo valioso e que o poderoso tem interesse e o outro pretende cambiar por algum bem que carece. Ou seja que negociar é trocar.


E o que temos em Portugal de tão valioso e exclusivo que os outros se sintam motivados a nos “ajudar”. Todos temos a noção de que os anéis já foram.. e alguns dedos estão em perigo de serem cortados.


O sol? Há muitos concorrentes com esta preciosa e gratuita radiação.

Os preços? Sim, de facto aquilo que é nacional está ao preço da uva, graças a ter mantido a mão de obra em níveis vergonhosos. Pode competir com os países europeus.

A segurança nas ruas? Até agora tem sido favorável, mas já se teme uma outono com mais violência gratuita.

Alguns produtos manufacturados? Sim, em alguns sectores do textil e calçado, graças ao empenho das gentes do Norte.


Aquilo que nos deu azo à “mais antiga aliança na Europa”, com a Inglaterra é chão que já deu uvas. A costa atlântica continua a existir, os ventos dominantes são os mesmos e o vizinho ibérico nunca desistiu de tomar as rédeas deste rectângulo. Mas, sem esquecer que a Velha Albion sempre fez tábua rasa dos seus comprimissos com Portugal se não lhe convinham. O mais importante é que as condições económicas do mundo actual evoluíram sem nos conceder aquela importância a que julgavamos ter direito.


Resumindo: Seria agradável que deixassem de fingir que negoceiam. O que de facto se faz é pedir “pão por Deus”. E quando nos dão um pouco de respiro nunca se esquecem de assentar nos livros de razão.

Seja de uma maneira ou de outra, as dívidas tem que se pagar!


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