terça-feira, 27 de agosto de 2019

MEDITAÇÕES - VEM AÍ ELEIÇÕES LEGISLATIVAS



E avisos, pedidos, insinuações e temores

O nosso actual primeiro ministro, que conseguiu o lugar através dos acordos com partidos mais esquerdistas do que o seu PS, cujo comportamento identitário é mais de centro do que centro-esquerda, anda nervoso receando que os votos perdidos pela direita -ou centro-direita porque neste campeonato os “sensatos” fogem dos extremos-em vez de se recolherem -a falta de melhor- no seu palácio do Rato, derivem para os outros sócios da actual “geringonça”.

E, curiosamente, o que António Costa teme é que aumente o peso do BE, por isso chega a insinuar, muito claramente, que se não votarem nele votem no PCP, que, segundo lhe parece, já tem poucos dentes. Ou seja, que ladra mas não morde, especialmente porque está em acção um desmembramento da Intersindical.

E tem razão. Disso não há quem possa duvidar. As consecutivas cedências que tem dado para satisfazer -assim assim- os sucessivos grevistas, foram feitas para não se incompatibilizar com os sócios de esquerda, concretamente com o BE. Uma formação contestatária que, sintomáticamente, tem as senhoras como vozes cantantes. E no PCP e AD também quiseram aproveitar a verbe feminina para cabeças de cartaz.

E as feministas ainda não estão satisfeitas! Sempre mandaram nas casas e agora já mandam nos aerópagos.

As consequências económicas para o País são sobejamente conhecidas e podem resumir-se naquela frase lapidar que avisa NÃO SE PODEM FAZER OMELETES SEM OVOS. Traduzida em linguagem de carcanhóis explica como qualquer cedência monetária que se faça, dentro do programa de austeridade que o rejeitado Centeno exige, leva a mais dívida externa, mais deficit e mais impostos, directos e indirectos.

Todos verificamos que o que se da a uns é tirado do bolso de outros. Não existe outra aritmética que não esta; sempre foi assim e sempre será enquanto não subir a produção nacional e as exportações de bens produzidos em empresas realmente nacionais. E este caminho está esburacado desde bastantes anos. Deve ser uma sina que os deuses do Olimpo nos impuseram.

É possível que nos inventários dos governos ainda possam existir alguns bens nacionais para vender a chineses ou a outros investidores que, não nos iludimos, são os novos colonialistas. Todos pretendem amortizar rapidamente o seu investimento -e as gratificações que tiveram que distribuir para conseguir tomar conta das empresas- recorrendo aos salários mais baixos da Europa ocidental. Ou seja: pagar com o pêlo do mesmo cão e depois sangrar enquanto não morre.

Já nem sequer existe o receio de que a direita nacional possa recuperar os seus domínios. O receio entre os políticos actuais é que a falsa estabilidade social possa estoirar, nem que seja por reflexo do que já acontece nos países mais adiantados. Uma reacção social que está travada tanto pela apatia que se apoderou da cidadania como pela habitual decalagem com que os acontecimentos no centro da Europa chegam até este famoso Jardim. E quase sempre já “fora de tempo”.

É curioso que um sintoma importante do que está sucedendo em Portugal nos seja evidenciado pelos migrantes que nos são distribuídos. Mesmo numa década atrás, quando ainda não se tornara um facto noticioso o recolher migrantes no Mediterrâneo, apareceram por cá umas levas de ucranianos. Muitos deles com formatura universitária, ou profissionais reputados. Mas não se negaram a trabalhar nas colheitas de fruta e outros afazeres abaixo das suas capacidades. E, subitamente, passados uns anos, não muitos, desapareceram. Não foram para os EUA ou se ficaram na França ou Alemanha, muitos regressaram ao seu país de origem, pois viram que aqui as condições de salário-habitação e subsistência não lhes eram favoráveis.

Recentemente lemos notícias de que alguns dos actuais migrantes que Portugal aceita acolher, apesar de se lhes darem apoios que não são extensivos aos cidadãos nacionais mais desfavorecidos, não tardam em deixar os andares vazios e rumarem para o centro da Europa. Já que deixaram a sua terra tem que procurar o melhor poiso.

Situação parecida é a que se verifica com muitos operários especializados nacionais, nomeadamente em tarefas hospitalares, e licenciados em cursos superiores que aqui não conseguem ocupação que corresponda ao horizonte que lhes foi sugerido. É uma sangria de profissionais que foram preparados pelo estado, com os impostos pagos por todos, e que depois não são utilizados em tarefas que derem o retorno pertinente.

Entre uns sintomas e outros, e sem desviar para situações específicas que nos levam a desacreditar totalmente na classe política que se governa às costas do erário público, não é difícil chegar à conclusão de que, tal como no tempo de Júlio César, não somos capazes de nos governar de uma forma correcta, sensata e produtiva para a comunidade.

Não me cabe o papel de insinuar ou até invocar para donde devem colocar o vosso voto. MAS É MUITO IMPORTANTE VOTAR. DESTA VEZ MAIS DO QUE EM NENHUMA CONVOCATÓRIA ANTERIOR. ABSTENÇÃO E VOTOS NULOS EQUIVALEM A ACEITAR O PAPEL DE CARNEIROS EM DIRECÇÃO AO AÇOUGUE. E SEM DAR UMAS BOAS MARRADAS PELO CAMINHO, QUE PARA ISSO OS CARNEIROS TEM CORNOS.

Sem comentários:

Enviar um comentário