terça-feira, 2 de março de 2021

MEDITAÇÕES – Já se nota ?

O PR está mais interveniente na governação?

Já antes de se conhecer o resultado da contagem da votação para a eleição do Presidente da República, -que sinceramente não foi tão participada como se desejava. Diz-se que devido ao retraimento causado pela pandemia- se especulava, e até se desejava, pelos especuladores futurólogos, que após a reeleição do Professor Marcelo este não retomasse o comportamento anterior.

Concretamente um sector, mais ou menos importante, e indefinido, da cidadania, opinava que no seu primeiro mandato, apesar de muito falar, da distribuição a granel de abraços e beijinhos, era notório que não queria hostilizar, de modo evidente, a governação do Partido Socialista em partilha com outros grupos mais à sua esquerda. Manifestou claramente que não desejava promover umas eleições gerais antecipadas.

Entretanto convêm não olvidar que o PS, desde a longa fase de orientação pessoal gerada por Mário Soares, se admitia que tinha metido o socialismo na gaveta. Possivelmente numa gaveta que, mesmo não fechada a chave e cadeado, tivesse pouco uso e menos atenção.

Quiçá é prematuro opinar sobre como tem mostrado as suas querenças e opiniões o respeitável Presidente. Todavia com as suas aparições recentes deixou, pelo menos a mim, a impressão de que já não sentia uma vocação muito intensa para “levar o menino ao colo” e que desejava seguir a tónica dos que o precederam num segundo mandato. Ser mais reactivo.

Por outro lado, nas bisbilhotices que se podem encontrar numa certa imprensa, e também pelas palavras ditas por alguns responsáveis da anterior parceria, nos parece que existe um ambiente de discordância e novas exigências por parte de membros da “troika”. Que não querem dar uma imagem de excessivo consentimento às decisões e pareceres do sócio maioritário, pelo risco de perder o seu capital. Que está identificado pelo número de seguidores e apoiantes activos.

Chegou a Primavera e, além das flores, algumas árvores já tem rebentos brilhantes. É por isso um momento de esperança. Não só em que a pressão da pandemia amaine e nos deixe viver, quase como anteriormente, mas, também, para alguns saudosos de outros governos, fossem do tipo de bloco central ou nitidamente da direita, possam sonhar, acordados, na possibilidade de retomar os seus pelouros.

Pessoalmente, e por dedução dos tempos passados, não os antigos mas notoriamente muito recentes e actuais, considero que o aforismo de que mudam as moscas mas a merda é a mesma, não se pode aplicar à terra. Pois muitas moscas são sempre as mesmas.

Será porque Portugal já recuperou a sua dimensão inicial e não existe uma reserva de moscas novas? Mas, de facto, continuamos a ser abusados por um pequeno grupo de astutos. Esgravatando um pouco nos sucessivos “escândalos” surgem personagens já conhecidas de outras habilidades anteriores. Anteriormente se dizia que quem mandava, de facto, eram umas poucas de famílias. Agora, aos clássicos, juntaram-se novos arrivistas, que os realmente importantes consentem que fiquem na fila da frente. Enquanto os considerarem válidos.

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