Como estamos de ânimo?
Se fosse uma situação bélica, uma luta entre nações, fosse entre dois exércitos, contendentes isolados, ou dois grupos de aliados, a população que não se encontrasse nas frentes de batalha e aqueles que tivessem a infelicidade de ser atacados e atingidos na considerada retaguarda, tinham o consolo de que, mais cedo ou mais tarde, aquilo terminaria, fosse com um vencedor ou com um armistício mais ou penos pacífico e aceitável, sem excessiva humilhação,
A situação actual, de pandemia, ou seja de presença de uma praga quase que mundial, sem possibilidade de se deslocar a um local resguardado, faz com que aqueles a quem delegamos que nos comandassem nos deem a impressão de que “andam aos papéis” ou “às apalpadelas”.
A noção que nos dão é que passam o dia olhando, nem que seja de viés, para o que acontece nos outros países com quem partilhamos notícias e decidam mais por cópia do que os outros fazem do que por razões científicas próprias que orientem com firmeza.
Uma parte da população, possívelmente mais numerosa do que imaginamos, ao não cairem bombas, e as vítimas serem retiradas silenciosamente, reage levianamente. Sente-se enganada e revoltada. Alguns, possívelmente muitos, demasiados, optam por negar as normas que nos recomendam para nos “proteger”. E aquilo que se denomina como paciência, ou disposição de actuar seguíndo rígidamente as directrizes, desgasta-se.
Existe uma tendência a negar aquilo que não vemos com os nossos olhos. Tal como cada vez há mnenos crédulos acerca da existência de diabos e anjos, de santos protectores e até do tal Ente Supremo.
Rezas e procissões já tinham passado de moda mesmo até para pedir que chovesse quando os campos estavam ressequidos. A população, ciente ou inconsciênte, adoptou oi critério de “ver para crer”, e as imagens dos vírus malignos que chegam lhes parecem demasiado equivalentes aos seres fantásticos dos desenhos animados.
Muitos estão convencidos da existência de perigos invisíveis. Mas precisamente por não vermos umas “bexigas doidas” nos rostos dos infectados, surge a coragem de desprezar o risco.
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