sábado, 7 de novembro de 2020

MEDITAÇÕES . Analizar os USA

 


A divisão acentuada da população


O mais notável que podemos encontrar neste folhetim, ou descalabro, da sociedad civil dos EUA (que abusivamente adoptaram, em exclusividade, o serem “americanos”) é a diferença abissal que existe entre aqueles que labutam físicanmente, apesar de utilizarem máquinas evoluídas, e os “intelectuais”, que meditam e agem com outros fins menos terra-a-terra.


A falha tectónica-social que separava os estados de trabalhadores da população ilustrada existe desde décadas. Era inevitável que assim acontecesse, independentemente da influência da escravatura, (nomeadamente com gente originária dos trópicos e por isso com cultura e epiderme diferente da dos nórdicos). Uma situação ainda com um forte eco na actualidade, e com sinais claros de que persistirá devido às diferenças de poder económico entre a maioria dos que permanecem nos níveis mais baixos de pobreza -sem poucas possibilidades de sair, excepto o ilusório caminho do crime, que leva a muitos aos presídios- e os que circulam nos níveis mais confortáveis. Além dos poderosos...


O Trump, que desde cedo se destacou como um desavergonhado, vigarista, capitalista e explorador da credulidade dos falhidos, soube utilizar, e insiste, o discurso separatista e de potencial litígio perante os outros, que levou Mussolini, Hitler e os comunistas ao poder totalitário, sem nunca neutralizarem ou remediarem os males que denunciaram.


Por sua vez, os que se agrupam sob a bandeira da democracia -pouco definida na prática real, tal como era na sua origem semântica na Grécia clássica, onde a segregação era geral e irressolúvel- desprezam os operários e camponeses em geral, de um modo tácito mas evidente. O mote mais conhecido é o de apelidar os habitantes dos estados agrícolas como redneks(1) e blue-collor(2) para os operários fabrís.


Tal como notamos na sociedade europeia, nas décadas mais recentes, e já quando da “guerra-fria”, as famílias das classes desfavorecidas procuraram que os seus descendentes se ilustrassem e assim lhes fosse aberto o caminho para a subida social. Uns conseguiram mais do que outros...


Os mingrantes, voluntários ou forçados, como foi o caso dos escravos e seus descendentes, sofrem de uma rejeição visceral por parte dos “brancos”, apesar de serem conhecidas as excepções de integração, mais ou menos numerosas, mas, por enquanto não totalmente extensiva, por razões demográficas e económiucas evidentes.


O que, a meu ver, os republicanos no poder, utilizaram o descontentamento de grandes sectores sociais. Foi a notória incitação, nada subtil, para o confronto os dois sectores sociais, incitando desde o topo da hierarquia a agressividade, até uns limites que ultrapassam a frágil convivência das classes.


É quase evidente que entre os eleitores republicanos, os mais iletrados e agressivos potencialmente, não valorizem as despezas espaciais e outras iniciativas tecnológicas que os ultrapassam. Para estes os feitos destacáveis não passam de show off, de ser um espectáculo que em nada os ajuda a não ser no momento de bataer palmas e beber seja cerveja ou cola. E nada comento, hoje, sobre os efeitos da abertura dos mercados e da transferência das fábricas para os países pobres, alguns deles já na fase emergente ou em evolução.


Para a maioria dos votantes-manifestantes, incluídos os incitadores, o governo dos intelectuais gasta no que não lhes interessa. Por isso a palavra de ordem MAKE AMÉRICA GREAT AGAIN, ou MAGA em versão reduzida, teve uma aceitação irracional.


Esta separação, mais profunda do que o canhão do rio Colorado, foi utilizada e reforçada pelo orientador vigarista. E se as pessoas não comprometidas esquecerem este facto, ou não sabemos como o anular, virão tempos muito penosos. PARA TODOS.




  1. que o diccionário define como ser um agricultor branco e pobre, e sem cultura, extremamente reaccioinário, intolerante e potencialmente agressivo.

  2. Identifuicação genérica dos operários pelo facto de usarem camisas não barncas, imaculadas.

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