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Bom dia.
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Aspas, aspas.
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Como tens passado?
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Mal, mesmo uma vergonha.
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Estar doente não é uma vergonha. Duas hipotecas é muito pior.
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Mas quem te disse que estava doente?
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Tu afirmaste que passavas mal!
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E é verdade. Se visses como fica uma camisa depois de tentar.
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Mas que espécie de ferro usas?
. Um da minha bisavó, que tem uma chaminé de lado e pesa muito.
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E pões brasas ardentes dentro?
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Dizes cada uma. Eu é que fico ardente quando passam por mim algumas
brasas.
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Mas o ferro de engomar funciona a base de estar quente, como
pirilau. E neste objecto de museu é indispensável carrega-lo com
carvões em brasa.
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Assim, sendo como dizes, para ter uma camisa impecável tenho, com
antecedência, que acender a churrasqueira e agarrar as brasas. Com
que?.
. O melhor será venderes este ferro histórico e comprar um eléctrico
com vapor. E tens tábua?
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Tinha e já não tenho. Usei a do bodeabordo, mas quando batia com
aquele ferro pesadão partiu-se ao meio. Afinal era de esferovite!.
. E que faço eu com um eléctrico? Circularei por Lisboa fazendo
competência ao 18 dos turistas?.
. Uma boa ideia. Mas não sabia que eras adepto do desporto de ir na
onda.
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Foi só na estreia. Nunca mais voltei a tentar competir com o Atlântico.
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Mas vais na onda das tretas da comunicação pública?
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Nem por isso, Deixei de comprar jornais e não oiço nem vejo
noticiários. Fico enjoado.
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Pois perdes muitas pérolas, pois que cada vez os editores aceitam
mais os recados que lhes mandam os políticos, sem remorsos.
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Pérolas a porcos, quererás dizer. Pelo menos a julgar como nos
tratam.
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Tanto faz como fez. Eles, os tais, desprezam o nosso parecer.
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Mas engordam, como os suínos pretos que ficaram na moda.
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Moda ou muda, surda e cega. Como gostariam que fossem as sogras.
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Coitadas das mães de cartório. Algumas ainda estão de bem ver.
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Se estão. Sei de algumas que competem com as filhas usando os
genros para desentupir os canos.
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E os pais dos noivos não podem ser prestáveis às suas noras?
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Desde que se usam bombas motorizadas para puxar a água que as noras
ficaram como reserva visual.
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Hoje li qualquer coisa onde pontificavam contra a eutanásia com o
argumento de que se ajudassem a espichar quem assim desejasse
perder-se-iam muitos elementos válidos para trabalhar
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Há gente capaz de dizer e escrever qualquer coisa. Não será que
os que pensam numa morte assistida são aqueles que já não tem
força para se suicidar, e que detestam continuar a estar como
vegetais sem probabilidades de recuperação? Como podem ser
elementos activos?
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Existe, ainda, alguma pressão por parte das igrejas, no sentido de
desaconselhar a livre iniciativa neste tema. Não atendendo à
vontade do cidadão para continuar a mal-viver ou preferir desistir.
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Quem desiste não teima. Ou obstina-se na ideia que mais lhe agrada.
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E o que nos agrada sempre avisam que faz mal ou é pecado.
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Será devido a este aviso que são tantos os que, desde criança,
não apreciam o pescado? Os adultos culpam as espinhas.
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Existem homens, que, depois dos esponsais, se moem por entender que
foram pescados, com artes e manhas da que hoje é conjugue.
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O mito de que é o homem que escolhe a mulher não passa de treta.
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Sejam tretas ou trutas, todas elas implicam que não se façam com
as bragas enxutas, ou pelo menos arreadas.
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Quem arreia primeiro, bate duas vezes.
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Mas, mesmo assim, arrisca-se a levar uma valente surra, ou coça.
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Instintivamente quando nos pica coçamos.
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Isto pode interpretar-se como a auto-flagelação.
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Os que se diz que aplicavam, ao seu próprio corpo, este castigo, e
não fossem totalmente palermas, é provável que se cuidavam em não
exagerar.
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Exagerar e fazer de nós idiotas é afirmar, com todos os dentes, que
tudo isso está num bom caminho.
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Sem esquecer que estamos no topo de todas as qualificações.
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Será que não se sabe que quanto mais alto se sobe, e pior quando
tudo não passa de fogo de vista, mais doloroso será o trambolhão?
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